O final de semana foi de muitas conexões, aprendizados e, sobretudo, muito conteúdo para quem participou do primeiro Connection Retail, evento organizado pela MERCADO&CONSUMO, no litoral sul de São Paulo. O objetivo? Debater tudo o que foi visto na NRF 2024, maior feira de varejo do mundo, realizada todo janeiro, em Nova York. E claramente o tema Inteligência Artificial não poderia ficar de fora.
Se em 2023 a abordagem sobre IA na NRF ficou mais restrita à teoria, este ano o tema se desenvolveu para a prática. “A grande mudança que vimos foi a troca de exemplos daquilo que é possível fazer para cases daquilo que já está sendo feito”, revelou Alfredo Soares, fundador da G4 Educação, no primeiro painel do Connection Retail, mediado pela editora-chefe da MERCADO&CONSUMO, Aiana Freitas.
O tema realmente já vem sendo tratado pela sociedade há tempos, seja em projetos reais, muitas vezes tratados como mirabolantes, seja no cinema de ficção científica. Mas parece que o momento adequado finalmente chegou.
“A Inteligência Artificial já está entre nós faz tempo, mas agora temos a estrutura e a capacidade necessária para usá-la. A IA generativa é a terceira grande onda da revolução socioeconômica, depois da internet e da mobilidade, que nos propiciou estar conectado em qualquer lugar”, afirmou Fábio Celeri, head of Commerce do Google.
E quem já está fazendo esse trabalho aqui pelo Brasil é a Aramis, varejista brasileira de moda masculina, que vem usando a inovação em importantes parcerias para melhorar os seus resultados. “A história recente de Aramis se confunde com transformação: cultural, de marca e digital”, revelou Fabio Davidovici, CFO da Aramis, que também deu exemplos de como a Inteligência Artificial já tem sido importante para a empresa.
“Fechamos uma parceria com uma startup israelense com o objetivo de fazer uma melhor alocação dos nossos produtos. Temos uma renovação de 80% deles por semestre. Quando você não tem um histórico daqueles que são mantidos o trabalho fica difícil. Entramos com a solução da nossa parceira, que é até meio perturbadora. Pois a ideia era reduzir o estoque para aumentar a venda. E deu certo. Usando Inteligência Artificial reduzimos 30% do estoque de loja e aumentamos a receita em 20%”, contou Davidovici.
A hora da personalização
Em um momento em que o consumidor quer cada vez mais ser reconhecido como indivíduo e ser tratado de maneira única e diferenciada, a Inteligência Artificial também chega para ajudar na jornada personalizada.
“Na área de marketing e vendas, que é a minha praia, eu posso dizer que precisamos parar de nos comunicarmos com os clientes de maneira geral ou em grupo. É preciso ser individual. E assim você fideliza. Construindo algo que seja relevante e que o seu cliente realmente perceba valor”, revelou Alfredo Soares.
E a Inteligência Artificial é uma grande aliada para isso. “Ela vai ajudar a escalar os negócios, de forma mais personalizada e eficiente”, garantiu Fábio Celeri, do Google. “Sabemos dos desafios e do custo de escalar. E se antes era praticamente impossível criar uma campanha para cada consumidor, hoje a Inteligência Artificial consegue, através dos dados, se comunicar de maneira mais eficiente e personalizada com o consumidor”, finalizou o executivo.
Por Gustavo Grohmann, com informações de Mercado&Tech
Foto: Gustavo Grohmann