Em alusão à campanha Março Lilás, de conscientização sobre câncer de colo do útero, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) chama a atenção para as recentes conquistas do país relacionadas com a ampliação do acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, que é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres e a mais incidente dentre todas as neoplasias ginecológicas. Para o ano de 2025, a previsão do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é que mais de 17 mil brasileiras recebam o diagnóstico de câncer de colo do útero.
As recentes conquistas são a retomada da imunização por meio da vacina contra o HPV nas escolas de todo o país, como parte do Calendário Nacional de Vacinação; assim como as as incorporações no Sistema Único de Saúde (SUS) da videolaparoscopia – modalidade de cirurgia minimamente invasiva – para pacientes com câncer de colo do útero e do exame molecular HPV-DNA, que possibilita identificar a presença de HPV de alto risco antes que a infecção venha a causar uma lesão pré-câncer. “O movimento Brasil sem Câncer do Colo do Útero, promovido por sociedades médicas, entre elas a SBCO, coloca, definitivamente, o país como uma das nações protagonistas rumo à meta de ter a próxima geração livre do câncer de colo do útero”, celebra o cirurgião oncológico Reitan Ribeiro, vice-presidente da SBCO.
SAIBA MAIS SOBRE A META DA OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu três metas principais para a eliminação global do câncer do colo do útero, no qual o Brasil está incluído:
– Vacinação: ter 90% das meninas de 9 a 14 anos vacinadas contra o HPV.
– Rastreamento: ter 70% das mulheres de 35 e 45 anos com teste de HPV-DNA.
– Tratamento: ter 90% das mulheres com lesões iniciais devidamente tratadas.
Estas metas representam um caminho para eliminar o câncer de colo do útero como um problema de saúde pública. Com a continuidade das ações de conscientização, a ampliação da cobertura vacinal e o fortalecimento do rastreamento, o Brasil tem a oportunidade de ser um exemplo mundial na erradicação dessa doença.
TRATAMENTO – As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia, sendo a escolha individualizada para cada paciente. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura do câncer de colo do útero superam os 90%. “O tratamento pode incluir cirurgia para remoção da lesão, radioterapia e/ou quimioterapia dependendo do estádio da doença”, observa o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO,
“Nos últimos anos, houve avanços significativos no tratamento do câncer de colo do útero em diversas áreas. Há desde inovações em técnicas cirúrgicas a estudos que auxiliam a tomar melhores decisões, além de novas classes de medicamentos, como a imunoterapia e as terapias-alvo. Tudo isso produz impacto na melhora dos resultados e da qualidade de vida das pacientes”, reforça Reitan Ribeiro.
ATENÇÃO AOS FATORES DE RISCO E SINTOMAS – No início, o câncer de colo do útero pode ser silencioso. Porém, alguns sintomas podem servir de alerta, como sangramento vaginal anormal, corrimento com odor desagradável, dores pélvicas ou desconforto durante relação sexual. Havendo a presença desses sintomas, é recomendado procurar um médico especialista.
A infecção persistente pelo vírus HPV está por trás da quase totalidade dos casos. Esse vírus pode ser prevenido com vacinação e hábitos seguros. Os fatores de risco conhecidos são: infecção por HPV sem tratamento, histórico familiar da doença, início precoce da vida sexual e múltiplos parceiros e tabagismo (que reduz a imunidade do organismo).
VAMOS FALAR DE PREVENÇÃO – É indicada a vacina contra o HPV, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas e meninos de 9 a 14 anos; homens e mulheres transplantados; pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, pessoas vivendo com HIV/Aids e vítimas de violência sexual. É indicada também a realização de exames preventivos como o Papanicolau e, quando indicado, do teste molecular HPV-DNA molecular; além do uso de preservativo para reduzir o risco de infecção pelo HPV. Também é importante não fumar.
Sobre a SBCO – Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).