De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a morte materna pode ocorrer durante a gestação ou até 42 dias após o término da gravidez devido a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Entre as principais causas estão pré-eclâmpsia, hemorragia, acretismo placentário e sepse. Entretanto, recentemente a lista cresceu com a entrada do cuidado com a saúde mental das mulheres no puerpério. Para alertar e conscientizar sobre o tema durante o período gestacional e pós-parto, bem como os meios de diagnosticar os riscos precocemente, em 28 de maio é celebrado o Dia Nacional de Redução da Morte Materna.
“O tema se tornou preocupação mundial pelo fato de que, na maioria das vezes, pode ser evitável e, também, por todas as repercussões que traz para aquela família que vive uma situação como essa quanto para a sociedade. Sabe-se que os nascidos de mães que morreram no parto vivem menos. Por isso, é tão importante a discussão, conscientização e ações em prol da redução da morte materna”, salienta Dra. Mônica Maria Siaulys, diretora Médica do Grupo Santa Joana.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil a morte materna subiu significativamente e atualmente é de 107 óbitos maternos a cada 100 mil nascimentos enquanto que nos melhores centros mundiais essa taxa é de aproximadamente 10 a cada 100 mil.
O que contribui para garantir esses índices e com melhores desfechos clínicos para as pacientes é uma somatória de fatores como: contar com equipes multiprofissionais qualificadas e continuamente capacitadas em habilidades técnicas e não técnicas para atuarem com alto desempenho; ter infraestrutura hospitalar adequada com equipamentos e monitores que permitem a avaliação mais precisa dos impactos das diferentes doenças na saúde da mãe e do seu filho; oferecer estrutura de apoio como laboratório e banco de sangue e protocolos de assistência que otimizam o atendimento de gestantes, principalmente daquelas que apresentam gestações de alto risco. O acompanhamento de perto e contínuo nas gestantes de alto risco é fundamental para a melhora dos resultados maternos e neonatais. As maternidades do Grupo Santa Joana contam com as Unidades de Semi-Intensiva e Unidades de Terapia Intensiva onde as gestantes e seus bebês são monitorados 24 horas por dia por uma equipe multidisciplinar e altamente especializada em doenças que ocorrem durante a gestação e puerpério.
O que pode causar cada uma das complicações na gestação e levar à morte materna
A pré-eclâmpsia, por exemplo, pode levar a complicações para a mãe e o bebê, incluindo hemorragia cerebral, insuficiência hepática, renal, problemas cardiovasculares e parto prematuro. Por isso, é importante que as mulheres recebam orientações sobre os sintomas e tratamento dessa condição, bem como sejam monitoradas adequadamente durante a gestação. Mais ainda, usando conceitos da obstetrícia de alta precisão, certas gestantes podem ser identificadas durante o pré-natal como suscetíveis ao alto risco de ocorrência de pré-eclâmpsia, mesmo antes de ter algum sinal da doença. Diante disso, medidas preventivas podem ser propostas para diminuir a chance de acontecer e, se ocorrer, que se apresente de uma forma mais amena e em uma idade gestacional mais avançada, impactando menos a saúde do feto.
Já o acretismo placentário é a condição clínica na qual a placenta se adere à parede uterina. Em alguns casos, torna-se impossível seu descolamento após o parto, podendo evoluir para uma hemorragia de difícil controle e potencialmente danosa à vida, onde decisões terão que ser tomadas em segundos para mudar o desfecho cirúrgico. Como nesse grupo específico de pacientes a realização de histerectomia (cirurgia para remoção permanente do útero) pode ser frequente, discute-se muito a necessidade de apoio do grupo da saúde mental. Segundo dados da literatura, as pacientes que são submetidas à histerectomia em idade fértil são mais vulneráveis a desenvolver transtorno do estresse pós-traumatico (TEPT). Diante disso, o cuidado com a saúde mental das pacientes obstétricas se tornou ainda mais importante. Desde 2020, o Santa Joana é a única instituição brasileira credenciada junto à Sociedade Internacional de Espectro de Acretismo Placentário (IS-PAS), grupo internacional voltado ao estudo desta patologia.
Como nesse grupo específico de pacientes a realização de histerectomia (cirurgia para remoção permanente do útero) pode ser frequente, discute-se muito a necessidade de apoio do grupo da saúde mental. Segundo dados da literatura, as pacientes que são submetidas à histerectomia em idade fértil são mais vulneráveis a desenvolver transtorno do estresse pós-traumatico (TEPT). Diante disso, o cuidado com a saúde mental das pacientes obstétricas se tornou ainda mais importante. Desde 2020, o Santa Joana é a única instituição brasileira credenciada junto à Sociedade Internacional de Espectro de Acretismo Placentário (IS-PAS), grupo internacional voltado ao estudo desta patologia.
Outra que está entre as principais causas de morte materna no mundo é a Sepse na gestação. De acordo com a OMS, a sepse é uma disfunção orgânica resultante de infecção durante a gravidez, parto, pós-parto e pós-aborto. Também segundo a Organização Mundial da Saúde, 10,7% dos casos de mortalidade materna em países de baixa renda se deve à sepse, enquanto que nos países de alta renda esse número cai mais da metade, representando 4,7% dos casos.