Apelando aos colegas senadores para que reajam enquanto há tempo contra o conluio do Executivo com o Judiciário, e contra as decisões erradas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que não se guiam mais por leis ou a Constituição, o senador concluiu que o golpe de Estado e o assassinato da democracia, hoje, se dão de outra maneira. E uma delas é o complô entre Executivo e Judiciário e decisões erradas de quem deve proteger a democracia e a Constituição.
“Não adianta reclamar, alegar a Constituição, alegar lei, citar artigos, citar seja o que for, o Supremo resolve que isso não vale de nada. Em se tratando da partida de futebol, do juiz, que já não tem medo das vaias, o juiz que não tem medo dos palavrões, foi capturado de vez e vai fazer o que o dono do time de futebol quer. Quem sou eu para estar alertando o Senado? Mas eu estou cumprindo meu dever de ofício. Ou nós fazemos algo agora ou a democracia vai ser assassinada, e vamos estar mancomunados com aqueles que estão assassinando nossa democracia, com os desmandos, usurpando a prerrogativa de outros Poderes”, apelou Plínio Valério.
Plínio cobrou também, de forma veemente, que o Senado cumpra sua função constitucional de colocar em votação pelo menos um dos pedidos de impeachment de ministros do STF engavetados na Casa. Essa, segundo ele, é a única saída para reaproximar o Senado da população, e recuperar a esperança da sociedade já descrente do Parlamento.
“Temos que colocar em pauta, em respeito aqueles que pediram, e quase três milhões de brasileiros assinaram o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, e não foi colocado e nem vai ser nesse ritmo com que as coisas prosseguem. É preciso colocar pelo menos um desses pedidos para que possamos votar. Eu tenho plena convicção de que estarei do lado perdedor, porque concordarei com o impeachment, mas, pelo menos, vou me conformar porque foi votado e eu perdi no voto, eu perdi na hora de votar, e não no grito, não porque decidiram por mim. Não fui eleito Senador para que alguém decida por mim”, cobrou Plínio.
Plínio disse que o Senado tem obrigação de proteger a democracia, já que os demais ministros do STF apoiadores de Moraes não o fazem.
“Somem quantos milhões de votos tem aqui e percebam que estamos falhando aceitando tudo o que o Alexandre de Moraes manda fazer, aceitando tudo o que o Barroso manda. Eu, Plínio Valério, Senador do Amazonas, não vim aqui para ser comandado pelo Alexandre de Moraes, que não tem um voto sequer; pelo Barroso, que não tem dois votos sequer. Estou aqui para cumprir com a minha função e acabo de fazê-lo, porque sei que vai ficar registrado aqui, nos anais desta Casa, que este Senador não se omitiu, que alertou, se ofereceu para ser um dos que vota pelo impeachment de Ministro. Vim aqui para combater as injustiças. Eu vim aqui para falar por aquela minoria – no caso, já é maioria – que não pode dizer, para libertar o grito engasgado na garganta de milhões que já não suportam mais os desmandos do Sr. Alexandre de Moraes”, encerrou Plínio.
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