BRASÍLIA – Com apoio no pedido de vistas coletivo na Comissão de Constituição e Justiça ( CCJ ) do Senado o senador Plínio Valério (PSDB-AM) suspendeu hoje a votação do projeto de lei de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) que prorroga por mais 10 anos as cotas raciais em concursos públicos, e aumenta o índice de vagas reservadas de 20% para 30%. O motivo do pedido de vista de Plínio foi a exclusão de pardos da reserva de vagas por cotas , já que esse é o grupo da população predominante no Amazonas e outros estados do Norte.
Pela nova metodologia do IBGE, agora todos os pardos estão sendo extintos e são considerados negros ou indígenas, e, como aconteceu em uma universidade paulista de medicina na última semana, um aluno que se declarou pardo teve sua matrícula por cota cancelada e só reabilitada com decisão judicial.
_ Ninguém é mais pardo, não aceitam mais os pardos neste País. Então ,nós não podemos exterminar uma raça, se podemos chamar assim, para beneficiar justamente (os negros). A gente está sendo aqui, Humberto e Paim, justos com os negros. Isso é louvável, mas nós estamos sendo injustos com os pardos. Isso é triste. Por isso, eu peço vista, para tentar fazer aquilo que, como o Humberto citou da Ministra Cármen Lúcia, para que todos sejam iguais e livres neste país. Mas para que todos sejam iguais e livres, nós não podemos discriminar os pardos _
disse Plínio Valério em seu pronunciamento
Plínio Valério teve uma emenda que pedia a inclusão dos pardos nas cotas, mas foi rejeitada por Paím e pelo relator na CCJ, senador Humberto Costa (PT-PE). O pedido de vista dará tempo para a busca de um acordo.
Texto: Maria Lima