BRASÍLIA. Em meio a repercussão no plenário com canetada do ministro Gilmar Mendes anulando as condenações do ex-ministro José Dirceu na Lava Jato, limpando sua ficha e o colocando em condições inclusive de disputar a presidência da República em 2026, se quiser, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) mandou um recado para a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia.
” Ela não precisa fazer nenhuma análise para saber as causas da explosão de abstenção no segundo turno das eleições municipais pois a resposta já está clara: o eleitor está descrente por que sabe que seu voto não vale mais nada diante dos desmandos de parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e da omissão do Senado Federal em cumprir sua função constitucional de fazer o impeachment de Alexandre de Morais e de outros que pensam que o prédio ao lado é o Olimpo”.
“O senador Moro pergunta: onde nós vamos chegar? Eu, tristemente, já tenho a minha resposta: já chegamos, Senador. Nós não temos mais para onde ir. A esperança toda estava depositada no Senado, e essa esperança escafedeu-se”, lamentou Plínio, acrescentando que a História vai cobrar esses desmandos e os que desrespeitam as leis vão pagar caro.
“Sergio Moro, meu amigo, eu já tenho resposta para onde nós vamos chegar. Nós já chegamos. Estamos no caos completo. Vivemos uma desordem, uma ditadura do Judiciário”, discursou Plínio, acrescentando que “o povo brasileiro , humilhado, clama sem sucesso que o Senado possa agir”.
Como senador Plínio disse que além da tristeza pelo que vê e sente, carrega a vergonha de um Senado que não chama para si a responsabilidade de dar um freio “nesse caminhão” , já que só o Senado Federal pode fazer alguma coisa. E por falta de vontade da maioria, não faz.
“Lamento! Tristeza sim, decepção sim, mas tudo isso só nos encoraja para que nós possamos seguir o nosso caminho, o nosso destino. O destino está bem aí! O destino nos chama e esse destino é criar coragem para impichar um dos ministros que se acham semideuses e provar para a população brasileira que pode acreditar no Senado e que a sede do Supremo não é o Olimpo. Lá não tem super-heróis e não tem super deuses. E nós temos que provar isso em nome do povo brasileiro”.
Plínio disse que o eleitor já não acredita mais nas leis e na Justiça , por isso deixa de votar. No contato do dia a dia com eleitores , Plínio relata que ouve o seguinte: “Votar para quê se o meu voto não vai ser respeitado?” . E a conclusão é que parte do eleitorado não acredita mais que seu voto vai ser respeitado diante da insegurança jurídica e do desmando de parte do Supremo Tribunal Federal. Ao citar a omissão do Senado em relação a ministros que pensam que o prédio ao lado é o Olimpo , Plínio disse que não pode ter medo de cumprir seu papel constitucional de cobrar a fiscalização de abusos.
“Qual a qualidade que o Alexandre de Moraes tem mais do que nós? Nós estamos aqui respaldados. Eles estão colocados lá sem voto e não podem sair pelo voto. E nós estamos aqui colocados pelo voto e podemos sair pelo voto, ou seja, pela vontade popular. Tudo isso que eles fizeram a história vai cobrar. São desmandos, são erros. O Senador Moro acabou de falar da anulação da condenação do José Dirceu, Presidente. E aquela D. Maricota, a D. Joaninha, que estava no 8 de janeiro e que estão presas até agora? E a família dos inocentes que morreram em cárcere o que devem estar pensando de tudo isso?”, questionou Plínio.