No enfrentamento à crise climática, os governos devem dispensar especial atenção à promoção de medidas adaptativas reais voltadas aos territórios e povos tradicionais. Foi essa a mensagem da vice-presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Letícia Moraes, durante o “2º Encontro Virtual: Diálogos com a sociedade civil para construção do Plano Clima Adaptação”.
Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), sob a orientação técnico-científica do Ministério da Ciência, tecnologia e Inovação (MCTI), além do envolvimento de outros 23 ministérios, o Plano Clima Adaptação prevê um amplo processo de participação da sociedade na elaboração do Plano Nacional sobre Mudanças do Clima.
Entre os pontos levantados pela vice-presidente do CNS, na ocasião, está a regularização fundiária e ambiental, vista como essencial pela dirigente. “Essa questão tem importância para o equilíbrio climático do planeta, sobretudo o protagonismo das comunidades locais para a preservação das florestas”, aponta Letícia.
Ela apontou ainda para a necessidade de se repensar as políticas públicas voltadas para as comunidades tradicionais. “É preciso manter a floresta viva, mas priorizar a segurança alimentar e nutricional das populações extrativistas através da economia da sociobiodiversidade”, ponderou a vice-presidente do CNS.
Letícia também falou sobre a necessidade de haver um plano emergencial de apoio e remoção de pessoas em situação de grande vulnerabilidade, em razão das secas e enchentes, incluindo a adaptação das habitações. “Já vivemos essa emergência climática dentro dos nossos territórios, queremos estar em espaços de tomadas de decisões”, destacou.