Quando começou a criar o que é hoje a Yattó, o engenheiro paulista Luiz Otávio Grilo ainda não imaginava que estava construindo um negócio de crescimento exponencial. Nem que ajudaria a preencher uma lacuna de um mercado em ascensão: o de soluções para práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).
A Yattó é uma startup de economia circular. Com sede em Jaguariúna (SP), a empresa viabiliza a reciclagem de oito tipos materiais que até então iam parar em aterros sanitários e lixões, como cápsulas de café, embalagens de xampus, sabão, salgadinhos, chocolates e ração de cachorro, e até embalagens de produtos químicos, como fertilizantes, tintas e cerâmica. Luiz afirma:
“O que a gente mais quer é que o catador um dia receba pelas embalagens que antes não tinham valorização tanto quanto ele recebe por alumínio e PET. Se um determinado resíduo passar a ser mais valorizado, essa valorização vai refletir diretamente para o catador”
Até pouco tempo atrás, as embalagens flexíveis não costumavam ser aproveitadas nas esteiras de separação das cooperativas de catadores. Elas são de difícil reciclagem porque misturam diferentes tipos de plástico com alumínio e geralmente são coloridas. Mas isso vem mudando (conforme mostramos recentemente em outra reportagem).
Em julho, a Yattó venceu o 1º Prêmio Suíço de Sustentabilidade e Inovação, promovido pela Embaixada da Suíça no Brasil, a Câmara de Comércio Suíço-Brasileira (Swisscam), o Instituto Ekos Brasil, a Swissnex no Brasil e pelo Swiss Business Hub Brazil.
Com clientes como Nestlé, Cargill, Mars, PepsiCo e Danone, a startup faturou 3,8 milhões de reais em 2022 – e espera crescer 130% neste ano.
COMO A YATTÓ CONECTA DIFERENTES PLAYERS PARA MOVIMENTAR A CADEIA DE RECICLAGEM E LOGÍSTICA REVERSA DO PAÍS
Segundo a empresa, mais de 1 bilhão de embalagens flexíveis foram desviadas de aterros sanitários graças à governança e às conexões entre fabricantes, redes de coleta, cooperativas de catadores e empresas recicladoras desenvolvidas pela Yattó nos últimos três anos.
Essa quantidade equivale a 640 toneladas de resíduos que deixaram de emitir 1,3 mil toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
A compra desses resíduos pela startup gerou 531 mil reais de receita adicional para 55 cooperativas que empregam 1 296 catadores, sendo 55% mulheres, em 32 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Esse material, que deixou de ser fonte de poluição, foi convertido em 511 mil quilos de resina plástica, matéria-prima suficiente para produzir, segundo a Yattó, 71 mil bancos de “madeira” plástica, ou 57 mil casas de cachorro, ou 3 milhões de vasos de plantas, por exemplo.
Usar o material reciclado, em vez do plástico virgem, evitou o consumo de 5,1 milhões de litros de água e economizou energia elétrica em 1,9 milhões de kWh. Para tornar isso possível, entre 2021 e 2023, o número de cooperativas parceiras cresceu 343%, e a Yattó se conectou com 14 recicladoras.
Outro produto do qual a startup realiza a gestão da logística reversa e reciclagem é o óleo de cozinha usado, do qual apenas 1 litro pode contaminar 25 mil litros de água.
TUDO COMEÇOU COM UM TRABALHO DE FACULDADE – E UMA DÚZIA DE SÓCIOS
Luiz nasceu e cresceu em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. Desde sempre teve talento para negócios.
Aos 11 anos, vendeu uma câmera digital que havia ganhado em uma promoção de palito de picolé e comprou por 400 reais um bezerro criado por seu avô. Esperou ele crescer e se tornar um boi – e o vendeu por mais de 2 mil reais. Com o dinheiro, comprou um piano digital para entrar numa banda e tocar em casamentos.
A história da Yattó começou a tomar forma há nove anos, em Belo Horizonte, como uma ideia para participar de um desafio proposto pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais aos alunos: criar uma solução para a gestão de resíduos sólidos do campus.
Era 2014, Luiz tinha 18 anos e estava no primeiro ano na Faculdade de Engenharia de Controle e Automação. Ele acreditava que participar de uma atividade extracurricular como aquela seria uma oportunidade de adiantar o projeto do trabalho de conclusão do curso.
Na faculdade, Luiz ouvia dos professores em sala de aula que Pindamonhangaba, sua cidade-natal, é a que mais recicla latas de alumínio no país – uma cadeia de reciclagem da qual o Brasil é referência global. E esse fato o inspirou.
Estudando o tema, ele descobriu que até 40% do custo da reciclagem está atribuído à logística. E reuniu um grupo de 11 colegas para desenvolver um projeto de internet das coisas (IoT): um sensor para ser instalado nas lixeiras do campus para avisar o momento ideal de coleta do lixo, e assim otimizar a logística.
O grupo validou a ideia com as pessoas responsáveis pela limpeza, testou o sensor e o projeto foi aprovado. Animados, os 12 sócios (sim, tudo isso) inscreveram a ideia no programa Startup Tech, que busca transformar em negócios as soluções criadas durante a iniciação científica.
Em 2015 o CNPJ foi criado e a startup, que na época se chamava Untrash, passou pelo programa de aceleração da UFMG e recebeu 88 mil reais de investimento semente do governo de Minas Gerais para desenvolver e testar sensores para otimizar rotas da coleta seletiva de Belo Horizonte.
Mais da metade do valor foi investido no aperfeiçoamento dos sensores. O restante pagava uma bolsa auxílio mensal de 500 reais para cada sócio.
“Os professores falavam: ‘legal, muito criativo, mas muito caro, não vai dar certo esse sensor para a lixeira. Não no Brasil’. Teimoso, decidi continuar. Por achismo, insistimos muito em soluções que eram da nossa cabeça, e não do que o mercado precisava”
Persistência é uma característica necessária para empreender, especialmente no Brasil e em segmentos que ainda estão em desenvolvimento. Mas “errar rápido” é uma máxima do empreendedorismo para que, justamente, a persistência não vire teimosia e os recursos sejam utilizados de maneira eficaz.
Uma projeção financeira mostrava que, se insistissem na ideia do sensor, em cinco anos a empresa teria prejuízo de 40 milhões de reais.
NEM SEMPRE A PRIMEIRA IDEIA É A QUE DÁ CERTO: NO MEIO DO CAMINHO ELES DECIDIRAM PIVOTAR O NEGÓCIO
O grupo finalmente abandonou a ideia do sensor e criou um software com o mesmo objetivo de otimizar a logística. Mudou o nome da startup para Residual, e decidiu um foco para começar: o óleo de cozinha.
Por meio de um aplicativo, os bares e restaurantes solicitavam a coleta, os motoristas montavam a rota de coleta e a registravam com fotos e mais informações. A primeira versão do app não vendeu nada. A segunda também não. A terceira versão atraiu uma empresa para testar a ferramenta durante três anos e meio.
Em meados de 2017, após o teste bem-sucedido, a startup começou a vender o sistema para outros clientes no Brasil interessados na coleta de óleo de cozinha, e obteve seu primeiro faturamento anual: 20 mil reais. No ano seguinte, conseguiu novos clientes, mas a conta ainda não fechava. Luiz conta:
“O sistema estava rodando, investimos mão de obra, tecnologia, mas eram 12 sócios para fazer acontecer. Mais uma vez pivotamos o negócio. Só que em vez de criar outra solução da nossa cabeça, a gente foi estudar um pouco mais”
Eles perceberam a oportunidade de viabilizar que as empresas cumpram a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A lei 12.305, promulgada em 2010 e regulamentada anos depois, determina aos fabricantes a instituir um sistema de monitoramento das quantidades de embalagens colocadas no mercado e recuperadas por logística reversa, informando seu material de fabricação, origem e localização.
A PNRS determina também a redução do envio de no mínimo 22% das embalagens a aterros, comprovando mensalmente este feito.
Em paralelo, metade dos sócios foram saindo porque precisavam de um trabalho que pagasse um salário de verdade, e os que ficaram, se inscreviam para todos os programas de aceleração de startup que faziam sentido, aproveitando as mentorias, e os recursos financeiros e relacionais.
Participaram de diversos, como Lemonade, Techmall, Seed MG, Inovativa, Liga Ventures, Cubo Itaú, Plug and Play, Panela Nestlé e Accelerator 100+ da Ambev. Além de premiações, como a da Alliance to End Plastic Waste (Aliança para acabar com o lixo plástico, na tradução literal).
Ganhar a etapa nacional de uma das maiores competições globais para estudantes empreendedores, a Global Student Entrepreneur Awards, em 2017, deu projeção à empresa.
Luiz apareceu ao vivo na GloboNews, o que deu credibilidade perante a futuros clientes, como a Cargill. Além de fazer seus pais, seus “investidores-anjo”, finalmente entenderem o que ele estava fazendo. Além dos 500 reais mensais que tirava com sua própria empresa, recebia 1 200 reais de mesada.
UMA CLÁUSULA NO CONTRATO COM A PRIMEIRA GRANDE CLIENTE TIROU O SONO DO EMPREENDEDOR
Uma das três maiores fabricantes de óleo de cozinha do país, dona da marca Liza, a Cargill já tinha um programa estruturado de coleta do óleo usado há dez anos no mercado, e se interessou no software da startup.
O contrato inicial tinha exigências que os sócios não faziam ideia de como cumpririam, mas que se revelaram importantes para estruturar a empresa como ela está hoje e se preparar para o crescimento exponencial. Hoje são mais de 600 pontos de coleta de óleo de cozinha por meio do programa em todo o país. Luiz lembra:
“O contrato atrapalhou meu sono, aparecia como um pesadelo. Uma cláusula dizia que se a gente não entregasse no prazo, tinha uma multa gigantesca, que superaria três ou quatro anos de faturamentos futuros da empresa”
Para além do aplicativo, era preciso fazer a auditoria e homologação de todos os responsáveis pela coleta do óleo, entre outras atividades que deveriam ser cumpridas em dois anos.
Terminado o prazo, em 2020 o faturamento da startup se multiplicou por dez, chegando a quase 246 mil reais. E abriu caminho para novos clientes.
“A gente entendeu tudo que precisa para ter uma reciclagem completa, de rastreabilidade e desenvolvimento, e passou a oferecer essa solução no mercado”
Os empreendedores também inscreveram a startup nos programas de inovação de grandes empresas. A pedido da Suvinil, conseguiram replicar o modelo criado para o óleo de cozinha para outro produto: as embalagens com sobras de tinta. Mais tarde atraíram também a Vedacit, para reciclar baldes com sobras de produtos da construção civil.
A STARTUP MUDOU DE NOME, ENXUGOU DE 12 PARA TRÊS SÓCIOS E FINALMENTE DECOLOU
A pedido da Nestlé, a startup desenvolveu uma solução para as embalagens flexíveis que trouxe um ponto de virada para a empresa. Em 2021, o projeto com a multinacional suíça começou a rodar e, somado ao projeto com a Suvinil, o faturamento chegou a 800 mil reais.
Uma consultoria contratada aconselhou a startup a reduzir o número de sócios de seis para três, para que as decisões se tornassem menos burocráticas. Os que ficaram tomaram um empréstimo num banco para comprar a parte de um investidor-anjo profissional.
Eles decidiram mudar o nome da startup Residual para algo mais significativo. Escolheram Yattó, palavra que significa “broto” em Caiapó (grupo étnico do cacique Raoni Metuktire). Luiz resume:
“O broto para a gente é a representatividade da circularidade”
Um broto que vira planta, que gera flores, que geram frutos com sementes, que caem na terra, germinam e viram broto, e assim sucessivamente. O petróleo que vira plástico, que vira embalagem, vai pro lixo, é coletado, reciclado, e vira embalagem novamente – com o limite de vezes que a química atual permite.
Além de Luiz Otávio Grilo, como Diretor Institucional e de Novos Negócios, ficaram Alexandre Galana Jr., como CEO, e Leonardo Lopes, como Diretor de Operações. Ambos haviam entrado no primeiro ano da empresa, em 2015.
Alexandre era veterano de Luiz na faculdade de engenharia, graduou-se ainda em gestão financeira. Leonardo, engenheiro ambiental com MBA em Gestão e Tecnologias Ambientais estudou sobre resíduos na Suécia, e foi recomendado por um mentor de fundo de investimentos que identificou a necessidade de um especialista em sustentabilidade para compor o time.
Logo outras empresas compraram a mesma solução que a Nestlé: Nespresso, Mars, Pepsico, Cargill, Ajinomoto, Mosaic, Basf e Danone. O faturamento, de quase 246 mil reais em 2020, cresceu para 800 mil reais no ano seguinte e 3,8 milhões de reais em 2022, com projeção de 9 milhões de reais até o final de 2023.
Em paralelo, a entrada de outro grande cliente, o Grupo Boticário, permitiu a expansão para o setor de cosméticos. A Yattó também atende a Abiplast, associação dos fabricantes de plástico no país, a Anfacer, que reúne fabricantes de cerâmica para revestimentos, e a ABIC, que congrega empresas de torrefação e moagem de café.
Finalmente, no ano passado Luiz e seus dois sócios conseguiram começar a receber um salário suficiente para pagar integralmente as próprias despesas, sem ajuda de familiares.
O SISTEMA DE REMUNERAÇÃO DESENVOLVIDO PELA YATTÓ GARANTE PREVISIBILIDADE AOS CATADORES
Hoje a Yattó cobra uma taxa fixa para dois serviços. Um deles é uma consultoria de até 6 meses para checar a viabilidade técnica e econômica de construir uma cadeia de reciclagem para um determinado resíduo (mediante a demanda do cliente).
O outro é o gerenciamento da cadeia de logística reversa e reciclagem, com o registro das comprovações necessárias para cumprir a PNRS. O valor do serviço é cobrado por tonelada de material reciclado. Quanto maior a encomenda e o tempo de contrato, menor vai ficando o preço por tonelada.
“Por exemplo, no primeiro ano a primeira tonelada reciclada era de 15”, diz Luiz. “No segundo ano, o investimento caiu para 6,5. No terceiro, para 5,2. E gradualmente, o incentivo necessário para reciclar vai diminuindo porque o programa está ganhando escala e a gente está valorizando ainda mais o material na transformação, o que reflete em toda a cadeia.”
Para os catadores, a Yattó desenvolveu um sistema de remuneração que não oscila conforme o mercado, o que confere previsibilidade para ambas as partes. Luiz cita como exemplo o quilo de papelão: durante a pandemia, segundo ele os catadores conseguiam vender por R$ 1,50; hoje, o material está valendo só 20 centavos.
“Entendemos qual é o tempo que se leva na esteira para separar uma quantidade boa do material a ser comercializado, qual é o valor justo de ser pago no quilo do material, e adicionamos uma variável relacionada ao serviço que o catador está prestando de triagem dos materiais na esteira”
A Yattó não cobra taxa pela compra e venda do resíduo, nem pela logística. E compartilha com os clientes abertamente a tabela com os custos em cada região do país. Hoje o quilo de embalagens flexíveis pós consumo custa entre 35% e 50% do valor do quilo do PET, por exemplo.
A maioria das 14 recicladoras parceiras trabalha com resíduo limpo – sem restos de alimentos e produtos químicos. Geralmente são sobras da indústria que nem chegam às mãos dos consumidores.
Ainda são poucas as empresas que fabricam a resina plástica reciclada a partir das embalagens após o consumo, ou “resíduos sujos”, fazem a lavagem, a extrusão (processo de transformação a partir do calor, umidade e trabalho mecânico), a fabricação da resina e a sua comercialização no mercado.
O DESAFIO AGORA É ATUAR NA REGIÃO NORTE E ESCALAR O IMPACTO
À medida que mais clientes demandam a reciclagem de diferentes tipos de plásticos, a tecnologia é aprimorada e os custos tendem a ir reduzindo.
O desafio agora é “furar a bolha” Sul-Sudeste, onde estão os sistemas mais desenvolvidos de coleta seletiva e reciclagem, para atuar em outras regiões do país, em especial a região Norte.
A Yattó conta com uma rede de parceiros que está desenvolvendo cooperativas em Manaus, no Amazonas, e em Belém, no Pará. Em 2025, a capital paraense será sede da COP 30, o maior e mais importante evento global sobre a crise climática.
Por isso, começar a expansão pelo Norte é estratégico para Yattó e seus clientes, embora seja mais difícil porque se trata da região com menor infraestrutura instalada para a reciclagem, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, o Sinir.
“A gente está mostrando que o impacto [na região amazônica], além de não desmatar, além de reflorestar, pode ser não contaminar com lixo. Hoje se vê lá um tanto de lixão na nascente dos rios, no meio da floresta. Então, a gente está unindo toda a nossa rede de parceiros, apoiadores e clientes para que, de fato, a gente consiga levar essa solução para o Norte”
Outro desafio para a Yattó continuar escalando seu negócio – e seu impacto positivo – rapidamente está em desenvolver a reciclagem de uma variedade maior de embalagens e conseguir a valorização dos preços.
“Para uma resina ser muito valorizada o ideal é que a embalagem de KitKat seja reciclada e vire uma outra embalagem de KitKat. Mas, para isso acontecer, a Anvisa tem que regulamentar a utilização de conteúdo reciclado nas embalagens alimentícias. É algo extremamente burocrático, mas a Yattó está aqui exatamente para lidar com essa burocracia.”
No final de 2022, uma empresa (a Yattó não informa o nome) fez um aporte e condicionou o alcance de algumas metas a um novo investimento mais substancial para se tornar sócia dos três fundadores.
Entre as metas da startup, está expandir a rede para mais de 500 cooperativas em todos os 26 estados brasileiros e alcançar a marca de 20 mil toneladas recicladas anualmente até 2025 – mantendo a transparência e a rastreabilidade dos dados sobre toda a economia circular envolvida.
DRAFT CARD
- Projeto: Yattó
- O que faz: Sistemas de reciclagem de resíduos com foco em materiais de difícil reciclagem
- Sócio(s): Alexandre Galana Jr., Luiz Otávio Grilo e Leonardo Lopes
- Funcionários: 22
- Sede: Jaguariúna (SP)
- Início das atividades: 2015
- Investimento inicial: R$ 88 mil
- Faturamento: R$ 3,8 milhões (2022)
- Contato: [email protected]
Por Aline Scherer