O México ultrapassou a China no ano passado como principal fonte de bens importados para os Estados Unidos. A mudança reflete as crescentes tensões entre Washington e Pequim, bem como os esforços dos EUA para importar produtos de países mais amigáveis e mais próximos de casa, na estratégia denominada “nearshoring”.
Números divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Departamento de Comércio dos EUA mostram que o valor dos bens importados do México para os EUA aumentou quase 5% entre 2022 e 2023, para mais de US$ 475 bilhões. Ao mesmo tempo, o valor das importações chinesas caiu 20%, para US$ 427 bilhões.
A última vez que os produtos mexicanos importados para os Estados Unidos excederam o valor das importações da China foi em 2002.
Tarifas e sanções
A China “expressou preocupação” com a imposição de tarifas dos Estados Unidos sobre empresas chinesas, durante reunião de autoridades integrantes do Grupo de Trabalho Econômico bilateral, em Pequim, segundo comunicado divulgado na terça-feira, 6.
“Demonstramos preocupação com o aumento de tarifas dos EUA sobre a China, restrições de investimentos bilaterais e sanções que suprimem empresas chinesas. Ambas as partes concordaram em continuar a comunicação”, afirmou o Ministério das Finanças da China, em nota.
Entretanto, o órgão classificou as conversas como “construtivas”.
Em comunicado divulgado na terça, os EUA também levantaram “pontos de preocupação”, como as práticas industriais e excesso de capacidade da indústria chinesa, diante dos seus possíveis efeitos para empresas americanas.
As autoridades dos EUA ressaltaram que não buscam separar completamente as duas economias, mas construir uma “relação econômica saudável”.
Com informações de M&C, Associated Press e Laís Adriana/Estadão Conteúdo
Foto: Shutterstock