O Consumo nos Lares Brasileiros registrou alta de 2,89% em outubro de 2023 na comparação com setembro, após dois meses de crescimento na casa de 0,80% (agosto e setembro). Já na comparação com outubro do ano passado, a alta é de 0,61%. Com o resultado do mês, o indicador acumula alta de 2,64% na comparação com o mesmo período do ano passado (jan. a out.), de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS.
O levantamento contempla todos os formatos e canais operados pelos supermercados e os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Além do efeito calendário, a expressiva alta do consumo em outubro é atribuída à inauguração de lojas, às atividades promocionais que tradicionalmente se intensificam no segundo semestre combinados com renda mais estável e a menor variação nos preços da cesta de abastecimento dos lares”.
analisa o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan
De janeiro a novembro, foram inauguradas 573 lojas, das quais 306 são novas e 267 reinauguradas. Os principais formatos de lojas são os supermercados (185) e os atacarejos (121).
Dentre os principais recursos injetados na economia que contribuíram para o abastecimento dos lares em outubro estão o programa Bolsa Família – incluindo o acréscimo do Benefício Variável Familiar Nutriz que contempla crianças de 0 a 6 meses (R$ 14,58 bilhões), os pagamentos de Requisições de Pequeno Valor – INSS – (R$ 2 bilhões), o pagamento do lote residual de Restituição do Imposto de Renda (R$ 643 milhões), os repasses do auxílio-gás para 5,5 milhões de famílias (R$ 584,3 milhões).
Em novembro, devem movimentar a economia o pagamento da primeira parcela do 13º salário no valor estimado de R$ 291 bi, assim como repasses do Bolsa Família (R$ 14,26 bi), o lote residual de Restituição de Imposto de Renda (R$ 762,9 milhões) e o pagamento de Requisições de Pequeno Valor – INSS (R$ 2,1 bilhões).
AbrasMercado encerra outubro em alta de 0,10%
Reoneração do óleo diesel interrompeu série de retração nos preços da cesta
A cesta AbrasMercado interrompeu a série de cinco quedas consecutivas nos preços e encerrou outubro com variação de 0,10%. Dentre os fatores, estão questões climáticas sazonais que impactaram os preços do hortifrutigranjeiros e a reoneração do óleo diesel, como adiantado pela entidade, em setembro. No mês, as principais altas foram batata (+11,23%), cebola (+8,46%), arroz (+2,99%), carne bovina – corte traseiro (+1,94%), açúcar refinado (+1,88%), tomate (+0,97%), extrato de tomate (+0,83%), pernil (+0,57%), frango congelado (+0,54%).
Apesar da alta registrada no mês, as quedas nos preços foram expressivas de janeiro a outubro (-6,43%) e nos últimos 12 meses (-5,08%), influenciadas principalmente pelos preços do óleo de soja (-30,94%), do feijão (-23,12%), dos cortes bovinos do dianteiro (-12,61%) e do traseiro (-12,44%), do frango congelado (-9,55%), do leite longa vida (-6,10%). Os preços caíram de R$ 754,98 em janeiro para R$ 705,93 em outubro – uma variação de -6,43% equivalente a cerca de R$ 50,00.
A maior retração em outubro foi registrada na cesta de lácteos: leite longa vida (-5,48%), queijos muçarela e prato (-1,14%), leite em pó (-0,87%), margarina cremosa (-0,60%).
Na cesta de produtos básicos, as principais quedas vieram do feijão (-4,67%), do óleo de soja (-1,77%), do café torrado e moído (-1,23%), da farinha de mandioca (-0,65%), da farinha de trigo (-0,56%).
Dentre as proteínas que mantiveram a tendência de queda nos preços estão: ovos (-2,85%), carne bovina – corte do dianteiro (-0,30%). Já as altas, foram registradas na carne bovina – corte do traseiro (+1,94%), pernil (+0,57%), frango congelado (+0,54%).
Na cesta de higiene e beleza, as principais quedas foram registradas no sabonete (-0,78%), xampu (-0,08%) e as altas no papel higiênico (+0,99%) e no creme dental (+0,22%).
Em limpeza, houve recuo em sabão em pó (-1,03%), detergente líquido para louças (-0,42%), água sanitária (-0,04%).
Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na região Sul (-1,07%). Nordeste (-0,17%), Norte (-0,09%), Sudeste (+0,45%), Centro-Oeste (+0,27%).
Preços da cesta de alimentos básicos cai -1,01% em outubro
Principais quedas foram puxadas pelo feijão e pelo leite longa vida
No recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos houve variação de -1,01% em outubro ante setembro e o preço, na média nacional, caiu de R$ 299,10 para R$ 296,10.
As principais quedas vieram do leite longa vida (-5,48%), feijão (-4,67%), óleo de soja (-1,77%), café torrado e moído (-1,23%), massa sêmola de espaguete (-1,12%), margarina cremosa (-0,60%), farinha de trigo (-0,56%), farinha de mandioca (-0,65%), carne bovina – corte dianteiro (-0,30%),
As altas foram registradas no arroz (+2,99%), no açúcar refinado (+1,88%). No acumulado do ano, as altas são mais expressivas: arroz (+13,58%) e açúcar refinado (+7,58%).
62% dos supermercadistas projetam consumo superior em relação ao Natal de 2022
De acordo com o levantamento realizado pela ABRAS entre os dias 10 e 23 de novembro, 62 % dos supermercadistas projetam consumo superior neste Natal na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo a pesquisa, o principal consumo deve vir das cestas de bebidas e de proteínas. Na categoria de bebidas, o consumo deve aumentar 12,3% em itens como cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais. Já na cesta de proteínas, o crescimento estimado é de 10,1% com produtos da época dentre eles aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.
Os preços, na média nacional, devem ficar 8,9% acima do registrado no ano passado. A cesta com 10 itens natalinos custa, na média nacional, R$ 294,75. Ela é composta de aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra, tender.
O menor preço da cesta na comparação entre as regiões foi registrado no Centro-Oeste – R$ 313,30, seguido de Sudeste – R$ 316,84, Nordeste – R$ 321,65, Sul – R$ 333,44 e Norte – R$ 320,43.
A maior variação na comparação ao ano anterior é registrada na região Sudeste (+12,2%) seguida por Sul (+10,7%), Centro-Oeste (+9,7%), Nordeste 7,9%, Norte (+4,6%).
Por Elisangela Vieira/Abras