As férias escolares chegaram e com ela veio a necessidade de proporcionar entretenimento e realizar os desejos dos filhos, o que muitas vezes envolve um gasto adicional ou não previsto no orçamento do mês. De acordo com a pesquisa do Instituto Mindminers, 54% dos brasileiros consideram o dinheiro um tabu e 58% deles gostariam de saber e falar mais sobre o tema. Em contrapartida, o levantamento “Finanças Infantis”, realizado pelo SERASA e a consultoria Opinion Box, apontou que 85% dos pais e responsáveis conversam com as crianças sobre a necessidade de ter uma vida financeira saudável.
“A criança está em fase de aprendizagem e muito da ideia que ela formula sobre o dinheiro vêm do que vivencia hoje”, explica Vinicius Vilaça, assessor de investimentos da Arcani Investimentos. “Por isso é necessário ter cuidado com o que é falado perto dos filhos sobre finanças, gastos e dinheiro, para que eles não interiorizem conceitos que não são verdadeiros”, completa.
Conversar sobre planejamento financeiro desde cedo é saudável para toda a família. “Educação financeira, muitas vezes, é ter a consciência de que o sacrifício do presente faz sentido por causa de uma gratificação futura”, orienta o assessor de investimentos. A partir do momento que a criança já consegue entender o que acontece ao seu redor, sem ser subestimada pelo adulto, é essencial tentar explicar a relação com o dinheiro e estimular a educação financeira. “Essa troca entre pais e filhos precisa ser realista e trazer senso de responsabilidade, não de escassez”, argumenta.
Organizando as finanças para não se endividar nas férias
O primeiro passo é simples: ter um orçamento, principalmente durante as férias. “Quem não se planeja não tem noção de quanto pode gastar, nem mesmo uma meta para isso. Essa ferramenta ajuda a controlar as finanças e trabalhar o dinheiro de maneira organizada”, sugere Vinicius.
A outra dica é administrar a frustração das crianças de uma maneira educativa, o que também faz parte de uma vida financeira saudável. “Os pais querem realizar as vontades e desejos dos filhos, mas nem sempre vão conseguir. Por isso é fundamental buscar concessões, como trocar um passeio caro por outra atividade que seja possível no orçamento”, salienta
Cartão de crédito: um aliado para os gastos das crianças?
Os juros rotativos do cartão de crédito chegaram a 455,1% ao ano, conforme anunciado pelo Banco Central. Essa é a maior taxa em seis anos, o que confirma que o uso desse meio de pagamento deve ser usado com responsabilidade. “Quando você faz um parcelamento é necessário compreender que o dinheiro não é seu e precisa ser pago ao banco no mês seguinte”, orienta o especialista.
Usado com sabedoria e inteligência, o cartão de crédito pode ser um aliado do orçamento e também dos gastos durante as férias. “É importante, antes de optar por esse meio de pagamento, checar o planejamento financeiro, estipular um valor para usufrui-lo e não ultrapassar o limite estabelecido”, comenta.
3 dicas para não estourar o orçamento nas férias
Tenha um orçamento: “Estabelecer valores e limites a serem utilizados no mês é uma maneira de organizar as finanças e entender como o planejamento financeiro está funcionando”, compartilha o assessor de investimentos.
Converse com os filhos: “Explicar as possibilidades reais para a criança e buscar atividades que demandem orçamentos menores são formas de garantir a diversão com responsabilidade financeira”, destaca.
Diversifique o entretenimento: “Busque atividades que cabem no orçamento e faça concessões. Muitas vezes as crianças querem um tempo de qualidade com os pais e não necessariamente uma opção de lazer que demanda mais dinheiro”, finaliza Vinicius.