O Nubank, com ações listadas na Bolsa de Nova York (Nyse), informou na noite desta sexta-feira (29) que o Banco Central (BC) aprovou uma alteração que diminui as exigências de capital de risco operacional do seu negócio no Brasil. A mudança integra o novo arcabouço regulatório como parte do conjunto das regras de Basileia III, resposta internacional à crise financeira global de 2009.
Na prática, trata-se de uma mudança de metodologia e que está sendo adotada em todo o mercado. O Nubank explica em comunicado que vai passar a adotar a chamada Abordagem Padronizada Alternativa (ASA, na sigla em inglês) no lugar da Abordagem do Indicador Básico (BIA, em inglês) no cálculo da parcela dos ativos ponderados pelo risco associados à determinação da exigência de capital de risco operacional para o conglomerado prudencial do Nu Brasil.
Caso o novo formato já estivesse em vigor no fim de setembro, o capital exigido do Nu Brasil teria sido reduzido em US$ 152 milhões, segundo a empresa. Já o índice de adequação de capital (CAR, em inglês) seria de 12,5%, sem considerar o excesso de capital detido pela Nu Holdings, de US$ 2,3 bilhões, ao fim de setembro último.
Crédito consignado
O crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, representou originação de R$ 300 milhões em operações no terceiro trimestre do Nubank, número ainda pequeno perto do emprestado pelo banco no período no crédito pessoal, que somou R$ 9 bilhões.
“O consignado está no começo”, disse o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago. “A cada mês praticamente dobra a originação.” O Nubank começou a operar no crédito consignado em abril deste ano, em agosto começou no FGTS e só este mês passou a operar com portabilidade.
O lucro líquido, anunciado nesta terça-feira, 14, foi de US$ 303 milhões no terceiro trimestre de 2023, aumento de 39 vezes em relação ao mesmo período do ano passado, quando lucrou US$ 7,8 milhões, considerando os resultados da holding, que reúne as operações no Brasil e no exterior. O banco também reportou um lucro líquido ajustado de US$ 355,6 milhões, aumento de 463%.
O banco digital anunciou um retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) de 21%, considerando o lucro líquido, e de 25% no resultado ajustado, ambos entre os maiores do sistema financeiro brasileiro – BTG Pactual tem indicador ajustado na casa dos 23% e Itaú e Banco do Brasil de 21%.
“Esse ROE coloca o Nubank entre as empresas mais rentáveis da América Latina”, disse o diretor financeiro da fintech.
Com informações de Estadão Conteúdo (Aline Bronzati)
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