A Fundação Osesp anuncia que o maestro britânico Thomas Blunt assumirá a posição de Regente Titular do Coro da Osesp a partir de 2025 – inicialmente em um contrato de dois anos. Blunt, nome respeitado do cenário coral no mundo, possui uma longa e frutífera relação com o Coro da Osesp desde 2011, incluindo interpretações memoráveis de obras como a Missa nº 2 em mi menor, de Bruckner, o Réquiem alemão, de Brahms, e a Petite Messe Solennelle, de Rossini – esta durante sua última atuação na Sala São Paulo, em 2023.
O Coro da Osesp, ao longo de seus 30 anos completados em 2024, teve Naomi Munakata como Coordenadora e Regente Titular entre 1995 e 2015. De 2000 a 2016, Marcos Thadeu foi o Preparador Vocal do grupo. Entre 2017 e 2019, o Coro esteve sob coordenação e regência de Valentina Peleggi, que contou com a colaboração de William Coelho como Maestro Preparador, cargo exercido por ele até 2024.
A NOVA FASE DO CORO
“Regi o Coro da Osesp pela primeira vez em uma colaboração com músicos da Filarmônica de Londres. Naquele momento, ficou imediatamente claro para mim o quão extraordinário esse grupo de cantores era. Fiquei impressionado com sua integridade, musicalidade, paixão, comprometimento com a colaboração e sua busca constante pelos mais altos padrões. Desde então, tive a sorte de trabalhar com o Coro diversas vezes e, a cada nova oportunidade, sinto uma conexão mais profunda. Estou entusiasmado em dar mais um passo nesse relacionamento como Regente Principal e ansioso para trabalhar com Thierry Fischer e toda a equipe da Osesp”, comenta Blunt.
Reconhecido por sua visão artística inovadora, Thomas Blunt traz um compromisso renovado com a excelência musical e a modernização do Coro. Ele estará presencialmente com o grupo por dez semanas ao longo do ano, e será consultor artístico em tempo integral no desenvolvimento de projetos e na gestão cotidiana. Irá liderar, ainda, o processo de contratação de um novo Maestro Preparador.
Em seu plano para os próximos anos, o maestro delineou propostas para fortalecer o perfil artístico do grupo e ampliar seu impacto no Brasil e no cenário internacional. Entre elas, destacam-se:
- Educação e difusão: expansão da atuação do Coro em projetos de educação e inclusão, com apresentações em escolas e instituições sociais de São Paulo, bem como parcerias com universidades e conservatórios;
- Diversificação de repertório: introdução de obras e artistas que dialogam com diferentes estilos musicais, e integração de repertório a cappella em concertos junto à Orquestra;
- Ampliação do alcance geográfico: planejamento de turnês e itinerâncias, levando a excelência do Coro da Osesp a novos públicos;
- Aprimoramento da estrutura: reformulação dos métodos de ensaio, com foco na eficiência artística, e iniciativas para desenvolver também o potencial individual dos cantores.
Blunt trabalhará em estreita colaboração com o Diretor Musical da Osesp, Thierry Fischer, e com a administração da Fundação Osesp, visando alinhar as trajetórias artísticas do Coro e da Orquestra. Sobre a nomeação, Fischer comenta: “É com grande entusiasmo que dou as boas-vindas a Thomas Blunt como Regente Titular do nosso maravilhoso Coro. Liderar um grupo tão essencial para a música de concerto brasileira é uma experiência profundamente enriquecedora, e desejo a ele tanto sucesso quanto o que tenho encontrado ao atuar com essa equipe excepcional. O trabalho em conjunto é o que nos permite alcançar os mais altos padrões artísticos, e estou ansioso para colaborar com Thomas e o Coro nesta nova fase, ampliando ainda mais o impacto e a excelência musical que definem a Osesp”.
Com sua vasta experiência e seu entusiasmo pela música coral, Thomas Blunt inaugura uma nova era para o Coro da Osesp, que promete desenvolver ainda mais suas qualidades técnicas musicais.
SOBRE THOMAS BLUNT
Thomas Blunt tem uma carreira versátil, regendo em salas de concerto renomadas ao redor do mundo repertórios que vão de Bach à música contemporânea. Formado pela Universidade de Cambridge e pelo Royal College of Music, foi o primeiro britânico a participar da prestigiada Allianz International Conductors’ Academy, colaborando com as orquestras a Filarmônica de Londres e a Philharmonia.
Blunt iniciou sua trajetória como Mestre de Coro em Glyndebourne, onde trabalhou com Vladimir Jurowski, resultando em sua nomeação como Maestro Assistente da Filarmônica de Londres. No teatro lírico, destacou-se em produções como Idomeneo (Ópera Real Dinamarquesa), Jephtha (Welsh National Opera), Ariadne auf Naxos (Konzert Theater Bern) e a estreia mundial de Ghosts, no Royal Opera House. Blunt regeu também orquestras como a BBC National Orchestra of Wales e a Royal Liverpool Philharmonic. Recentemente, estreou com a Sinfônica da Nova Zelândia no Messias, de Händel, e foi assistente de Maurizio Benini em Fausto, de Gounod, no Royal Opera House.
Reconhecido por sua sensibilidade dramática e visão artística, Blunt é aclamado por elevar a excelência musical em cada projeto que conduz.
SOBRE O CORO DA OSESP
O Coro da Osesp, além de sua versátil e sólida atuação sinfônica e de seu repertório histórica e estilisticamente abrangente, enfatiza em seu trabalho a interpretação, o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI e de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia os álbuns Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para Coro (Selo Digital Osesp, 2013), José Maurício 250 (Selo Digital Osesp, 2017) e Heitor Villa-Lobos: Choral Transcriptions (Naxos, 2019).
Em sua primeira turnê internacional, em 2006, apresentou-se para o rei da Espanha, Filipe VI, em Oviedo, na entrega do 25º Prêmio da Fundação Príncipe de Astúrias, que homenageou Pedro Almodóvar, a National Geographic Society, a Unicef e a Fundação Bill & Melinda Gates. Em 2020, cantou, sob direção de Marin Alsop, no concerto de abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, feito repetido em 2021, quando participou de um filme virtual que trazia também Yo-Yo Ma e outros artistas de sete países. Junto à Osesp, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, em outubro de 2022, se apresentando na série oficial de assinatura da casa e integrando o elogiado espetáculo Floresta Villa-Lobos, que combina 75 minutos ininterruptos de música brasileira com a projeção de um vídeo imersivo retratando as riquezas da flora e da fauna do país.
Fundado em 1994, como Coro Sinfônico do Estado de São Paulo, pelo maestro e compositor Aylton Escobar, à época, Diretor Técnico da Universidade Livre de Música (atual Emesp Tom Jobim), instituição à qual o grupo estava vinculado, o Coro foi integrado à Osesp em 2000, passando a se chamar Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em seu primeiro ano, o conjunto foi regido por José Ferraz de Toledo, Mônica Meira Vasques e o próprio Aylton. Porém, já em 1995, Naomi Munakata assumiria como coordenadora e regente, funções que desempenharia de modo profundamente transformador e marcante até 2015. De 2000 a 2016, Marcos Thadeu foi o Preparador Vocal do grupo. Entre 2017 e 2019, o Coro esteve sob coordenação e regência de Valentina Peleggi, que contou com a colaboração de William Coelho como maestro preparador.