Um trio de jovens mulheres manauaras está à frente da primeira plataforma focada na produção audiovisual independente da região Norte. Em meio a um ambiente tradicionalmente masculino, as sócias Raquel Omena, Lilian D’Araujo e Iana Moral apresentaram a Sonoraplay ao mercado há alguns meses, trazendo uma solução de streaming com monetização para o segmento audiovisual.
No Dia da Mulher, o trio é destaque por fincar bases no ecossistema de inovação de tecnologia e comemora a representatividade: “sinto que estamos representando e abrindo portas para mais iniciativas femininas na inovação”, comentou Raquel.
Os números da participação feminina
A tal representatividade comemorada pelo trio de mulheres manauaras é um fato. Dados mapeados em parceria com o Sebrae mostraram que existem 520 empresas (28,7% do total de startups) com ao menos uma sócia em sua estrutura de comando entre as startups identificadas na base de dados do Radar Agtech 2022. O levantamento apontou que empresas com uma única sócia somam 407, a maior porcentagem (78%); com duas sócias são 93 (18%), sendo que apenas 20 (4%) têm três sócias ou mais.
Já o estudo “Female Founders Report 2021”, realizado pela Distrito em parceria com a Endeavor e a B2Mamy, aponta que apenas 4,7% das startups brasileiras são fundadas exclusivamente por mulheres. O relatório analisou os impactos da desigualdade de gênero dentro de startups brasileiras e a importância de se ter maior representatividade no ecossistema.
“Não é fácil se inserir em um ambiente prioritariamente masculino. Mas, a mulher tem tanta ou mais competência que qualquer homem e pode estar onde bem entender. No nosso caso, vimos que o mercado não atende ao artista e produtores independentes de forma justa. Criamos um método e temos plena convicção do nosso modelo. Espero que nossa presença fortaleça novas iniciativas femininas”, disse Lilian.
A Sonoraplay é uma startup de streaming que surgiu no fim do período mais duro da pandemia, com intuito de ser uma fonte de renda para os produtores audiovisuais independentes, da música e do cinema. A plataforma põe as produções em cartaz de forma gratuita e gera renda através do sistema de monetização simples criado pelas fundadoras. As fundadoras também são artistas da música e conhecem as dificuldades para ganhar dinheiro com a produção.
“A gente se esforça para juntar dinheiro e produzir sem parar. Mas, aí, na hora de colocar na plataforma, o retorno não é suficiente. A solução não é parar de produzir, e sim utilizar a ferramenta correta. Colocar nossa produção nas plataformas gigantes, só os torna interessante para as grandes empresas. Não ganhamos nada. A Sonoraplay veio para atender aos que não estão sendo atendidos”, diz Raquel.
Renda extra rápida
A Sonoraplay é uma opção nova para os artistas independentes que não conseguem receber uma renda compatível com suas produções utilizando as plataformas existentes. “A chance de gerar renda extra vem dos streamings, mas não nos grandes como Youtube e Spotify. Esses trabalham para as grandes empresas e players ganhem mais e para que os famosos fiquem mais famosos. O tal do algoritmo serve aos grandes. Nosso foco é naqueles que não estão sob os holofotes. Que permanecem invisibilizados: os independentes”, explica Raquel Omena, CEO da Sonoraplay.
O diferencial da Sonoraplay é justamente a distribuição justa da renda que filmes, documentários, shows, animações e desenhos podem gerar no streaming. “A Sonoraplay é uma plataforma que divide as assinaturas mensais com as produções em cartaz. Achamos que o produtor audiovisual deve ganhar de forma justa com seu trabalho”, lembra Raquel.
Criada por uma equipe de artistas mulheres amazonenses, a Sonoraplay é uma plataforma nova que mistura os conceitos de Netflix e Youtube para colocar shows de artistas independentes no ar, garantindo a monetização dos trabalhos de forma direta. “Todo mundo sabe que o grande problema da arte digital é a monetização. Além de as políticas de monetização das plataformas de streaming que dominam o mercado não serem claras, elas muda de uma plataforma para outra, mas nunca beneficia os pequenos produtores culturais. Sendo que, no final, o artista independente quase não vê a cor do dinheiro”, comenta.
Atualmente, o Youtube, por exemplo, exige um total de 1.000 assinantes + 4.000 horas + 1.000 likes para começar a monetizar centavos de dólar. Na Sonoraplay, essa monetização se resume a uma porcentagem no total de assinantes. “Se nós concentrarmos as produções independentes na Sonoraplay, o value share (compartilhamento de valores) será bem justo. Estamos trabalhando para que os produtores conheçam nossa solução”, conclui Lilian.
Para colocar um produto audiovisual em cartaz na Sonoraplay, basta entrar em contato com a plataforma por meio do email: [email protected] ou pelas redes sociais (@esonoraplay @estudiosonoramusic) receber as informações.
Sonoraplay – A rede oficial da produção independente
www.sonoraplay.net
@esonoraplay