O interesse pelo campo cinematográfico vem unindo diferentes públicos no Estado. Com programação diversa, o Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte apresentou, na quinta-feira (24/08), a mostra “Olhinho” com exibição de curtas-metragens voltados ao público infantil, além da Oficina de Introdução ao Roteiro Audiovisual de Ficção, despertando interesse aos aspirantes e profissionais do audiovisual.
No palco do Teatro Amazonas, a mostra de curtas-metragens infantis contou com filmes de todo o Brasil. No entanto, quem se destacou foi o elenco do coletivo Kambô, que participou do curta “A aposta”, produzido na comunidade Nossa Senhora de Fátima 2, no bairro Cidade de Deus, zona Leste de Manaus.
Segundo Kennedy Costa, diretor do filme, o projeto foi construído com o objetivo de formar crianças e adolescentes para o audiovisual e o resultado é mostrado no festival. “É um privilégio trazer nossa comunidade para dentro do Teatro Amazonas, que é um lugar não convencional e atípico do que as crianças vivem”, ressalta.
Na apresentação, os pequenos artistas conheceram um pouco do Teatro, além de prestigiar a mostra. Para Izaquiel James foi uma experiência sem igual. “É uma sensação única estar nesse teatro, fiquei um pouco envergonhado, mas a parte da cultura é muito boa. Minha primeira vez aqui e é muito lindo ver essa parte da história”, conta Izaquiel.
Oficina de roteiro
Ministrada pela roteirista amazonense Béa Góes, a Oficina de Introdução ao Roteiro Audiovisual de Ficção, aconteceu ao longo dos quatro dias de programação do festival. Renomada em seu ofício, Béa iniciou seus estudos de Cinema em 2015 em Los Angeles, na New York Film Academy, onde escreveu e dirigiu três curta-metragens, e concluiu o mestrado em audiovisual na Universidade de São Paulo.
Segundo ela, voltar à sua terra para transmitir esse conhecimento que aprendeu fora é uma grande honra e satisfação. “Ainda continuo trabalhando em São Paulo, mas poder participar do cenário cinematográfico local, mesmo que de forma formativa, é uma grande alegria”, conta Béa.
Com o objetivo de trazer ao aluno conhecimentos introdutórios, porém sólidos sobre narrativa de ficção, a oficina direcionou o foco para a carreira de roteirista à distância. Quem aproveitou a oportunidade foi a pesquisadora e multiartista Ariska Derìì, que teve seu primeiro contato com o audiovisual na universidade.
“Sou apaixonada por cinema e o audiovisual no geral, especialmente, videoclipe e fashion films; e a amostra de filmes da programação está cada vez mais mexendo com meu imaginário e a vontade de brincar com experimentos audiovisuais”, conclui Ariska.