Sucesso de público e crítica, o espetáculo “Cabaré Chinelo” é destaque na 32ª edição do Festival de Curitiba, um dos maiores e mais importantes festivais de artes cênicas do Brasil, com ingressos esgotados. A peça do Ateliê 23 compõe a programação da Mostra Lucia Camargo, nos dias 2 e 3 de abril, no Teatro Zé Maria. A classificação é de 18 anos.
“Estamos felizes em estar na região sul, é muito simbólico que o Ateliê 23 esteja consolidando um trabalho que fala sobre o teatro feito no Amazonas, com uma peça de relevância política ao mostrar a outra face da belle époque no estado”, destaca o diretor da companhia amazonense e do espetáculo, Taciano Soares.
Nos dias 3 e 4 deste mês, o diretor também comanda a oficina “Criação Cênica a partir das Bio Narrativas”, no Circuito Interlocuções, que são ações formativas do Festival de Curitiba para ampliar experiência e integração entre artistas e público.
“Esse ano o festival fez uma força-tarefa de olhar para a região norte, especialmente para o Amazonas. A partir destas apresentações em Curitiba, outros convites, para outras cidades, começam a ser desenhados”, adianta Taciano Soares.
No último dia 30 de março, o “Cabaré Chinelo” foi apresentado em São Paulo, pela terceira vez.
Nova versão
A versão 2024 da obra sobre mulheres prostituídas no período da Belle Époque chega repaginado ao Festival de Curitiba, com figurino assinado por Eric Lima, com assistência de Andira Angeli e apoio de Sarah Margarido.
“Quando pensamos no ‘Cabaré Chinelo’ para temporada do segundo ano, algumas mudanças foram desenhadas, com uma atualização no modo de pensar a apresentação visual das personagens, então maquiagem e figurino passaram a ter outro direcionamento estético”, conta Taciano Soares.
Conforme o diretor, durante o processo, foi identificado a ausência de uma história que tenha relação com a fé e com a religião.
“É quando a Emiliana Matos Guimarães, interpretada pela atriz Emily Danali, chega ao espetáculo, uma viúva que traz essa crítica a religiosidade”, explica Taciano Soares. “Ela é um compilado de outras mulheres”.
Além de Emiliana, a produção conta a trajetória de Mulata, Balbina, Antonieta, Soulanger, Laura, Felícia, Joana, Luiza, Enedina, Sarah e Maria, entre 1900 e 1920. A plateia pode acompanhar quatro momentos da peça por meio de recortes de jornais de verdade, no material presente no programa do espetáculo e disponível em QR Code.
São 18 artistas em cena, entre eles Vivian Oliveira, Sarah Margarido, Andira Angeli, Julia Kahane, Fernanda Seixas, Daphne Pompeu, Daniely Peinado, Vanja Poty, Ana Oliveira, Bruna Pollari, Allícia Castro, Emily Danali, Taciano Soares e Eric Lima, além dos músicos Yago Reis, Guilherme Bonates e Stivisson Menezes.
Premiado
Em 2023, o Ateliê 23 foi indicado ao 34° Prêmio Shell de Teatro, com o espetáculo “Cabaré Chinelo”, na categoria “Energia que Vem da Gente”, que premia iniciativas relacionadas ao universo teatral com impacto social positivo.
O grupo também conquistou o 22º Prêmio Cenym de Teatro Nacional, da Academia de Artes no Teatro do Brasil, com o espetáculo “Cabaré Chinelo”, em duas categorias, entre elas “Melhor Companhia”. A peça foi indicada ainda como “Melhor Elenco” nesta edição.
No 17º Festival de Teatro da Amazônia, o “Cabaré Chinelo” conquistou prêmios de “Melhor Espetáculo” e “Direção”. A peça foi indicada nas categorias “Melhor Atriz”, “Melhor Ator” e “Trilha Sonora”.
O projeto, em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq, tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.