A alienação parental é uma realidade sombria que muitos pais infelizmente enfrentam. Ainda há aqueles que vivem uma experiência dolorosa, afastados de seus filhos devido a táticas manipulativas e prejudiciais empregadas por um ex-parceiro (a). A prática, uma dinâmica complexa e destrutiva, é um sinal da necessidade urgente de conscientização e ação.
E isso acontece quando um dos genitores, muitas vezes após uma separação conturbada e litigiosa, procura deliberadamente influenciar de forma negativa a relação entre a criança e o outro genitor.
Essa tática pode envolver a disseminação de informações falsas, desencorajamento e impedimento de comunicação, limitação do tempo de convivência criando até desculpas inócuas e até mesmo a criação de uma narrativa que demonize um dos pais. O objetivo implícito é criar uma barreira emocional entre a criança e o genitor alvo, resultando em sofrimento para ambos, criança e genitor.
No entanto, para os pais vítimas de alienação, essa conexão é frequentemente fragmentada, deixando-os com uma sensação de vazio e impotência. A alienação não apenas prejudica os pais, mas também tem efeitos profundos e duradouros nas crianças envolvidas. Elas podem experimentar confusão emocional, sentimento de culpa e uma sensação de perda de um dos pais. Além disso, essa prática prejudica seu desenvolvimento emocional e psicológico, impactando suas relações futuras e autoestima. Portanto, o preço pago é alto e recai tanto sobre os pais quanto sobre as crianças.
É imperativo que a sociedade, os profissionais de saúde mental e o sistema jurídico estejam atentos a essa problemática. A conscientização sobre tal problema deve ser ampliada para que os pais, familiares, amigos e comunidade possam oferecer o suporte necessário. Além disso, o sistema legal deve agir para proteger os interesses das crianças e garantir que ambas as partes tenham a oportunidade de manter um relacionamento saudável e significativo com os filhos.
Somente através da conscientização e da busca por soluções eficazes podemos começar a iluminar a sombra que paira sobre essas relações parentais e proporcionar um futuro mais saudável e harmonioso para todos os envolvidos.
É de suma importância que os pais que se encontram nesta situação se conscientizem que seus filhos não são mobílias mas sim, seres humanos que precisam do afeto e orientação paternal para o desenvolvimento saudável de suas vidas.
* Por Paulo Akiyama
Paulo Eduardo Akiyama é formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família.