A psicologia obstétrica, também conhecida como psicologia perinatal, é focada no estudo e compreensão dos aspectos psicológicos e emocionais relacionados à gravidez, ao parto e ao pós-parto. Abordando as questões emocionais, psicológicas e sociais que envolvem a maternidade e a chegada de um novo membro à família, trata-se de uma área que procura considerar a individualidade de cada história.
De acordo com Karla Cerávolo, psicóloga obstétrica e diretora da Organização De Umbiguinho a Umbigão e coordenadora do curso de pós graduação em psicologia perinatal e obstétrica do Instituto Suassuna, é preciso entender que o momento do parto não é igual para todas as mulheres. “Não dá para pôr no mesmo corredor, no mesmo lugar, uma mãe que está ganhando bebê e uma mãe que está parindo um bebê morto, por exemplo. Temos o cuidado de olhar para cada mulher em sua singularidade: aquela que teve parto vaginal, a que teve cesárea, a que está sozinha e tem acompanhante, aquela que teve um bebê planejado e a que está planejando doar o bebê”, explica.
Segundo Karla, é necessário cada vez mais que as pessoas entendam que não dá para pôr todas as mães no mesmo lugar e atendê-las do mesmo jeito. “Cada mulher que chega tem sua história, seu conteúdo psíquico e precisa ser respeitada”, ressalta.
Além disso, a especialista afirma que a forma como a mulher é respeitada e considerada ao longo de uma gravidez e no momento do parto fará diferença na vida do bebê que está nascendo. “Esse bebê que nasce terá marcas do nascimento por toda vida e merece respeito, cuidado e atenção singular. Ele está começando a sua história, por isso precisamos fazer com que esse trabalho seja mais entendido e que os médicos estejam cada vez mais conscientes da importância da assistência psicológica em todo o ciclo gravídico puerperal”, finaliza.