Um dos jornalistas mais influentes do mundo, o norte-americanos, Glenn Greenwald, trouxe à tona a perseguição que o deputado federal eleito, Nikolas Ferreira (PL), vem sofrendo ao ter suas contas nas redes sociais bloqueadas a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Um vídeo que teve grande repercurssão nas redes sociais mostra Glenn falando sobre Nikolas e destaca: “Nikolas Ferreira é um brasileiro de 26 anos que é um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Ele se tornou uma celebridade popular nas redes sociais, no Youtube, Tiktok e Facebook, e ele converteu essa popularidade em uma candidatura bem-sucedida para o Congresso e ele foi eleito com 26 anos de idade”, explicou.
Em outro trecho, o jornalista destaca que apesar de ter sido o deputado mais votado pelo seu Estado, com 1,4 milhão de votos, ele vem sofrendo uma perseguição por parte do ministro. “Entre dezenas de milhares de candidatos, Nikolas Ferreira recebeu mais votos que qualquer outro candidato no Brasil, e agora por uma ordem da Suprema Corte, apesar de não ter julgamento, a princípio, sem receber qualquer notificação, apesar de ser parte desta ordem, jamais justificado, ele foi banido de aparentemente de todas as redes sociais que têm qualquer audiência por uma ordem de um único juiz da Suprema Corte que não foi eleito por ninguém”, destacou.
Os perfis do deputado foram retirados do ar ainda em novembro de 2022, após uma determinação judicial do Tribunal Superior (TSE) que alegou que Nikolas estava repassando fake news sobre a auditoria das urnas eletrônicas. O parlamentar teve as contas recuperadas, mas cinco dias depois voltou a ter os perfis bloqueados novamente. Desta vez, o bloqueio atingiu o Facebook, o Instagram e manteve o Twitter inacessível.
Telegram
Nessa quarta-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a plataforma Telegram pague, em pelo menos cinco dias, a multa de 1,2 milhão, por descumprimento da ordem judicial de bloqueio do perfil do deputado Nikolas Ferreira. Segundo Moraes, a plataforma colaborou para a continuidade de prática criminosa. “O descumprimento doloso pelos provedores implicados indica, de forma objetiva, a concordância com a continuidade do cometimento dos crimes em apuração, e a negativa ao atendimento da ordem judicial, verdadeira colaboração indireta para a continuidade da atividade criminosa”, apontou inquérito.
Já a plataforma destaca que não foi apresentada “qualquer fundamentação ou justificativa para o bloqueio integral” do perfil do deputado eleito. Os advogados da plataforma destacam que e a decisão também não identificou “os conteúdos específicos que seriam tidos por ilícitos”. O canal de Nikolas no Telegram conta com mais de 277 mil inscritos.
Glenn Greenwald
Sendo um dos profissionais mais influentes do mundo, Glenn Greenwald é um dos fundadores do The Intercept. É jornalista, advogado constitucionalista e autor de quatro livros entre os mais vendidos do New York Times na seção de política e direito. Glenn já escreveu para grandes sites como The Guardian e o portal Salon. Foi o primeiro ganhador do prêmio de Jornalismo Independente Park Center I.F Stone em 2028.
O jornalista já havia questionado outras vezes a atuação de Alexandre de Moraes após os ataques que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro, e disse que não consegue pensar em exemplo próximo de outro juiz que já teve tanto “poder” como Alexandre. No Twitter, Glenn chama a medida de banir Nikolas de “ordem de censura de controverso juiz da Suprema Corte do Brasil”.
“Nenhuma acusação específica, muito menos evidências, de que alguém fez algo errado; exige que seja mantido em segredo; 2 horas para cumprir; grandes multas diárias por descumprimento”, relata o jornalista Glenn Greenwald.