Crescer é o sonho de todo empresário, mas o que acontece quando esse crescimento se torna um problema? Muitos negócios sucumbem à chamada “armadilha do crescimento”, um fenômeno que pode comprometer a lucratividade e a sustentabilidade da empresa, especialmente em um cenário econômico desafiador como o de 2025.
A busca incessante por crescimento pode levar a decisões precipitadas, como ampliar linhas de produtos sem um planejamento sólido, assumir dívidas excessivas ou expandir a operação sem considerar os impactos financeiros de longo prazo.
“Crescer sem controle não significa prosperar. A qualidade do crescimento é mais importante do que o crescimento em si, e empresas que crescem rápido demais sem uma estratégia financeira estruturada podem se perder no caminho. Metas agressivas de crescimento, aquisições mal planejadas ou diversificações impulsivas geram entropia organizacional, dificultando a gestão e reduzindo a rentabilidade”, explica Tiago Barros Belo, cofundador da healthtech Vitta, vendida para a Stone.
O administrador de empresas, graduado pela Universidade Federal de Uberlândia e pós-graduado em Finanças Aplicadas pelo Insper, com certificação pelo programa de liderança da Harvard Business School, tem se destacado por sua análise precisa sobre os desafios do crescimento empresarial.
Apesar dos desafios, as empresas podem manter uma perspectiva otimista. Segundo o empreendedor, há oportunidades para expansão sustentável — os riscos, no entanto, não podem ser ignorados. Entre os principais fatores de preocupação para a economia brasileira em 2025, o especialista aponta a taxa de juros e a inflação elevadas e o desequilíbrio fiscal.
E como evitar a armadilha do crescimento? Tiago Barros aponta três passos fundamentais:
Avaliação da estratégia
Antes de expandir, é preciso considerar se o cenário macroeconômico e as tendências do setor apontam para uma boa oportunidade de crescimento, que nem sempre vai fazer sentido para o modelo de negócios.
Gestão financeira sólida
Acompanhar indicadores financeiros, como margem de contribuição, alavancagem operacional e fluxo de caixa, ajuda a crescer de forma sustentável, especialmente diante da previsão de juros altos.
Foco na eficiência
Crescimento sem estrutura pode levar à queda na qualidade dos produtos e serviços. “Empresas bem-sucedidas são aquelas que crescem mantendo a eficiência e a lucratividade”, aponta o especialista.