Fim de ano é conhecido por ser um período em que as transações financeiras aumentam significativamente, principalmente devido às compras de presentes, festas de confraternização e férias escolares. Por esse motivo é necessário dobrar a atenção no momento de realizar algum pagamento, seja de forma eletrônica, como pix e TED, ou fisicamente, por meio do cartão de crédito e/ou débito. É justamente em momentos de pressa e desatenção que pagamentos são feitos de forma errada, ocasião aproveitada por criminosos para aplicação de golpes financeiros.
Para blindar os consumidores, a consultora de Negócios do Sicredi e especialista em meios de pagamento, Andrea Sehaber, orienta sobre cuidados gerais a serem tomados ao realizar uma compra, como desconfiar de ofertas que são “boas demais para serem verdade”, principalmente acompanhadas de links desconhecidos e suspeitos; manter o aplicativo da instituição financeira sempre atualizado, pois as atualizações geralmente incluem melhorias de segurança; e configurar as notificações do aplicativo para monitorar transações e facilitar a identificação de qualquer atividade suspeita.
Atualmente, o pix – serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC) -, já é a forma de pagamento mais utilizada no Brasil ficando à frente do dinheiro em espécie. De acordo com a pesquisa “O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro”, divulgada pelo BC no começo deste mês, esse meio de pagamento é utilizado por 76,3% da população, sendo também a usada com maior frequência (46%). No estudo anterior, publicado em 2021, o pix já era usado por 46% dos brasileiros, porém o percentual de frequência era de apenas 17%.
Devido à sua grande usabilidade, as pessoas podem ficar mais despreocupadas ao realizar transações com o pix, acreditando que dominam essa forma de ‘pagar e receber’ e que a probabilidade de a transação ‘dar errado’ é quase nula. Porém, Andrea alerta que é em momentos de pressa e desatenção que os erros acontecem. “Antes de confirmar a transferência, confira cuidadosamente o número da chave pix, o nome e as informações do destinatário, além do valor a ser transferido. Um erro de letra ou número da chave pix pode fazer com que seu dinheiro caia na conta de uma pessoa desconhecida. Quando uma transação equivocada é realizada via pix as chances de recuperar o dinheiro são pequenas”, alerta.
O cartão de débito aparece no 2º lugar entre os meios de pagamento mais utilizados (69,1%), na pesquisa do BC, sendo o mais frequente para 17,4% dos entrevistados. E para a utilização desse meio de pagamento, Andrea explica que manter as informações seguras é primordial. “Nunca compartilhe sua senha ou dados do cartão com terceiros e evite usar a mesma senha para diferentes operações. No momento de fazer compras online, opte por usar cartões virtuais que aumentam a segurança da transação e é imprescindível verificar a segurança dos sites antes de inserir os dados do cartão verificando se a URL começa com “https://” e se há um cadeado na barra de endereço”, exemplifica.
Se a compra com o cartão for realizada de forma presencial, a especialista afirma que deve-se conferir o valor inserido na máquina de cartões do estabelecimento, ficar atento ao digitar a senha e nunca deixar anotada essa informação na carteira ou lugar de fácil acesso.
No recorte por segmento, a pesquisa do BC aponta que o cartão de crédito é a forma de pagamento utilizada com maior frequência pelos estabelecimentos comerciais, 42% do total contra 25,7% de uso do Pix. Para pessoas físicas, esse é o 4º meio de pagamento da lista, usado por 51,6% da população consumidora, ficando atrás das cédulas, que ainda são usadas por 69% dos entrevistados.
“O cartão de crédito acaba sendo muito popular entre as empresas devido à possibilidade de parcelamento e aos programas de recompensas oferecidos pelas operadoras. O Pix traz o recebimento à vista, mas o cartão dá a possibilidade de antecipar os recebíveis, fazer a conciliação dos recebíveis, além de ampliar as vendas”, acrescenta Andrea ao lembrar que esta é a única forma de pagamento que dá ao consumidor a garantia do chargeback (contestar o valor cobrado) em casos de fraudes.
Os cuidados são válidos para pessoas físicas e jurídicas que prezam por realizar transações de forma segura.