Como cirurgião-dentista especializado em ortodontia e implantodontia, tenho observado, ao longo da minha carreira, as consequências significativas que a falta de dentes pode trazer para a saúde de um indivíduo. Este é um tema que merece nossa atenção, pois os efeitos vão além da estética e impactam diretamente a qualidade de vida.
Em primeiro lugar, a ausência de dentes afeta a alimentação. Muitos pacientes relatam dificuldades em mastigar alimentos, o que leva a uma dieta restrita, muitas vezes pobre em nutrientes essenciais. Isso não apenas compromete a saúde física, mas pode também resultar em deficiências nutricionais a longo prazo. A mastigação adequada é fundamental para a digestão, e sem dentes, essa função é severamente prejudicada.
Além disso, percebo que a falta de dentes tem um impacto significativo na fala. A dificuldade em pronunciar certos sons pode afetar a comunicação, gerando insegurança e constrangimento em situações sociais. A autoestima muitas vezes fica comprometida, levando a sentimentos de ansiedade e até depressão. É doloroso ver pacientes que se afastam de atividades sociais por causa da sua condição bucal.
Outro ponto que não posso deixar de mencionar é a questão do alinhamento dental. A ausência de dentes pode causar deslocamento, afetando a mordida e levando a problemas ortodônticos. Essa situação pode exigir tratamentos mais complexos no futuro.
A saúde da boca está profundamente conectada com o bem-estar geral do corpo. Segundo informações do Instituto do Coração (Incor), 45% das enfermidades cardiovasculares e 36% das fatalidades decorrentes de problemas cardíacos se originam na boca. A ausência de dentes prejudica a saúde, estabelecendo um ciclo vicioso que compromete o estado geral da paciente.
Por fim, a perda óssea na mandíbula é uma preocupação real. Quando não há dentes, o osso pode se deteriorar, alterando a estrutura facial e tornando futuros procedimentos odontológicos mais difíceis e complexos.
Portanto, é essencial que abordemos a questão da falta de dentes não apenas como um problema estético, mas como uma questão de saúde integral. O tratamento adequado, seja por meio de próteses, implantes ou outras intervenções, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e esse cuidado é um passo fundamental para uma vida mais saudável e plena.
*Por Dr. Emerson Ribeiro do Nascimento