A série “Pedaço de Mim” da Netflix traz à tona uma situação intrigante e rara: uma mulher que engravida de gêmeos de pais diferentes. Que tal explorar a possibilidade científica dessa condição, conhecida como superfecundação heteroparental, explicando como ela ocorre, as chances de sua ocorrência e os cuidados necessários em tais gestações?
De acordo com a Médica ginecologista, obstetra e ginecoindócrino Loreta Canivilo, a superfecundação heteroparental não é mito e ocorre quando dois ou mais óvulos são fertilizados por espermatozoides de diferentes parceiros sexuais, em atos sexuais distintos, durante o mesmo ciclo menstrual.
Existem condições essenciais para que isso ocorra, como a ovulação de mais de um óvulo e relações sexuais com diferentes parceiros no período fértil.
- Em uma situação normal, a chance de uma mulher engravidar durante um ciclo menstrual é de aproximadamente 20-25%. A chance de ter gêmeos fraternos (dizigóticos) é cerca de 1 em 80, enquanto a chance de ter gêmeos idênticos (monozigóticos) é aproximadamente 1 em 250.
- A Dra. Loreta tem acesso a estudos como o de Wenk et al., que encontrou apenas três casos de superfecundação heteroparental em 39.000 registros de testes de paternidade, representando uma frequência de 2,4% entre gêmeos dizigóticos cujos pais estavam envolvidos em ações de paternidade.
- Podemos falar sobre testes de DNA realizados para confirmar a superfecundação heteroparental, tanto pós-natalmente quanto pré-natalmente através de procedimentos invasivos como a amniocentese.
Que tal aproveitar o sucesso mundial da série brasileira para informar e educar o público sobre um fenômeno raro e fascinante da biologia humana, destacando a interseção entre ciência, saúde e narrativas de entretenimento, ao mesmo tempo que se discute a realidade por trás das ficções apresentadas na mídia? Conte conosco para te ajudar!