No dia 10 de julho foram celebrados os 140 anos da Abolição da Escravatura no Amazonas, marco histórico que, embora tenha formalmente encerrado a escravidão, deixou pendentes questões relativas à inclusão social e igualdade de direitos. Em celebração à data e ao Dia da Mulher Afro-brasileira, Latino-americana e Ameríndia, comemorado em 25 de julho, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da Escola do Legislativo “Senador José Lindoso”, realizará o evento “Roda de Conversa: a abolição nossa de cada dia”, na próxima quinta-feira (25/7), para discutir as lacunas e desafios ainda existentes desde a abolição.
A discussão abordará a Abolição da Escravatura no Amazonas, por meio de uma Lei assinada pelo então presidente da Província, Teodoreto Souto, em 10 de julho de 1884, que proibiu o comércio de pessoas negras para fins de escravidão. Contudo, a proibição não foi acompanhada por políticas públicas efetivas para a integração social da população negra, um reflexo do que ocorreu em todo o Brasil.
O evento reunirá especialistas como o professor Edeney Barroso Salvador, a professora Elizangela Almeida da Silva e a professora Rafaela Fonseca da Silva, bem como representantes quilombolas do Quilombo São Benedito do Barranco.
Serão debatidas a ausência de políticas públicas de inclusão social nas décadas que se seguiram à abolição e a necessidade contínua de tais políticas.
“A mudança na legislação sobre injúria racial, que agora prevê cumprimento de pena, representa um avanço, mas o consenso no evento foi de que ainda há muito a ser feito. É imprescindível a criação e o fortalecimento de políticas que promovam a inclusão e equidade para a população negra, que representa 52% da população do Amazonas”, explica a coordenadora do programa Educando pela Cultura, Jacy Braga, que enfatiza a necessidade de uma educação antirracista, que contribua para o desenvolvimento social e a compreensão da importância de se respeitar a Constituição no que tange à equidade de direitos.
Jacy destaca que, apesar dos avanços, as práticas discriminatórias persistem e a população negra ainda enfrenta marginalização. “Portanto, a luta por uma sociedade mais justa e igualitária continua exigindo políticas públicas rigorosas e uma educação voltada para o respeito e a garantia dos direitos de todos os cidadãos”, completa.
Programação
9h –Abertura
9h15 – Apresentação do Monólogo “Memórias”, com a atriz, ativista e professora Francy Jr.
9h25 – Roda de Conversa com os professores doutores Elizangela Almeida e Edeney Salvador e a professora mestre Rafaela Silva.
10h45 – Apresentação do Grupo de Capoeira: Grupo Arte e Revelação, com o mestre Ney Valente.