Símbolo de graça e delicadeza, as flores permeiam todos os aspectos da vida humana, desde poemas e canções, que eternizam a mulher amada em metáforas poéticas, aos rituais existentes em nossa cultura, como presentear, cortejar e velar pessoas queridas. Também compõem um mercado em franco crescimento, como revelam os números da Giuliana Flores, uma rede de floricultura nativa digital, com entregas para todo Brasil, e que pretende, a partir deste ano, intensificar sua presença no varejo físico.
As entregas da empresa cresceram 166% nos últimos quatro anos, passando de 320 mil, em 2019, para 850 mil ao encerrar 2023. Para 2024, a meta é atingir 860 mil entregas de flores, abrir 10 novas unidades físicas e deixar os shoppings para investir em megalojas com 400m². Hoje, são 5 unidades em funcionamento na capital paulista e no ABC, e oito quiosques.
Na contramão das floriculturas convencionais, a Giuliana foi criada em 2000 para o e-commerce e vende flores, arranjos e presentes para todo Brasil por meio do seu próprio site e dos 300 marktplaces parceiros. Também conta com 800 lojistas brasileiros na carteira de parcerias.
O centro de distribuição, em São Caetano do Sul, no ABC, é capaz de atender 85% das solicitações em até uma hora – uma localização estratégica para a companhia que firmou parceria com o iFood e também passou a fazer entregas pelo aplicativo. Para este ano, está previsto o lançamento das primeiras unidades de vending machines de flores, que são máquinas de venda automatizada, como as de alimentos e bebidas frias.
Estratégias de crescimento
A plataforma de vendas online da floricultura foi criada há 33 anos por Clovis Souza. Para ajudar no sustento da família, aos 8 anos, vendia flores na rua, trabalhou em um cemitério da Zona Leste de São Paulo e, aos 10 anos, teve a primeira experiência em uma floricultura. Segundo o fundador, a empresa, hoje, é líder no comércio de flores e presentes online e referência para a América Latina.
Mas Souza tem mais planos para o negócio continuar a crescer. Focado em assegurar a posição de líder do setor, buscou viabilizar ofertas completas e uma jornada personalizada aos clientes. “Nossa estratégia foi investir no digital e no presencial e, assim, marcar presença nos momentos mais especiais das pessoas de forma prática e cheia de beleza”, explica
Uma das ações foi a criação do clube de assinaturas, batizado de Clube da Giu. O modelo de fidelização foi construído não sobre o produto, mas sobre a experiência que o serviço proporciona aos assinante. As espécies são selecionadas seguindo uma variação mensal e a entrega inclui vaso exclusivo e personalizado com o logo do clube, sachê perfumado, flower food, supernutriente para aumentar a durabilidade das plantas e embrulho especial com dicas, conteúdos sobre a inspiração da caixa. O Clube da Giu ainda sugere uma playlist, criada no Spotify, para o assinante mergulhar na experiência com todos os seus sentidos.
“As assinaturas podem ter regularidade semanal, quinzenal ou mensal e contemplam moradores da cidade de São Paulo e do ABC, mas a ideia é expandir para outras localidades”, conta o executivo.
A empresa possui uma equipe de Tecnologia da Informação com uma frente voltada para análise de dados. “Acreditamos muito na análise de dados, e com essas informações criamos estratégias mais assertivas”, conta Clóvis Souza.
Produtos e clientes
Os itens mais apreciados pelos compradores são rosas, orquídeas, astromélias, flores do campo e rosas encantadas, estas últimas, submetidas a técnicas especiais que favorecem o aspecto real da espécie e permitem que vivam por até três anos.
Os produtos variam com alguns diferenciais, como mega buquês, flower box, kits especiais para crianças, coleção de flores do zodíaco e arranjos para datas comemorativas.
As mulheres despontaram como as principais compradoras de flores em 2023, representando 55% do total de consumidores. A faixa etária predominante entre elas é de mulheres jovens: 32% das clientes têm entre 25 e 34 anos e 23% têm entre 18 e 24 anos. Em terceiro lugar, e representando 22% das compras de flores, estão as mulheres de 35 a 44 anos.
Após essa idade, o consumo desses produtos diminui consideravelmente, de acordo com a base de dados da Giuliana Flores: as mulheres de 45 a 54 representam 11% da clientela, seguidas daquelas na faixa etária dos 55 aos 64 anos (7%) e acima dos 65 anos (5%).
Segundo o fundador, o ticket médio, em 2023, chegou a R$ 200.
Por Isis Brum/M&C
Foto: Divulgação