O chefe do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, defendeu a decisão de permitir que atletas de Rússia e Belarus compitam nas Olimpíadas de Paris de 2024 sob uma bandeira neutra.
“Atletas individuais não podem ser punidos pelos atos de governos”, disse ele durante um fórum realizado na cidade de Genebra, na Suíça.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. Esta foi, segundo Bach, “uma entre 28 guerras e conflitos que ocorrem neste momento no mundo e todos os atletas estão competindo pacificamente”.
Na semana passada, o COI disse que atletas da Rússia e da aliada Belarus que tivessem se qualificado para os Jogos Olímpicos de Verão em Paris seriam autorizados a competir de forma neutra, sem bandeiras, emblemas ou hinos dos seus países.
Anteriormente, os atletas estavam impedidos de participar. Essa proibição permanece em vigor para as equipes de esportes coletivos que representam as duas nações.
O COI acrescentou que os atletas e o pessoal de apoio que apoiaram ativamente a invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia devem permanecer excluídos.
O comitê reafirmou também o compromisso de apoiar os atletas ucranianos “de todas as formas possíveis, para ver uma equipe forte do Comitê Olímpico Nacional da Ucrânia nos Jogos Olímpicos de Paris 2024”.
Bach falou com exclusividade à BBC no Fórum Global das Nações Unidas para os Refugiados, realizado em Genebra, na quarta-feira (13/12).
Diversas federações desportivas pediram ao COI que atletas russos e belarussos pudessem competir, mas sem qualquer afiliação aos países.
Isto ocorreu apesar de outros vários países — incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido — terem apelado a uma proibição total da participação de atletas de Rússia e Belarus em meio à guerra em curso na Ucrânia.
A própria Ucrânia sugeriu que poderia boicotar os jogos. O presidente Volodomyr Zelensky disse que os atletas russos “não podem ser encobertos com uma pretensa neutralidade”.
Bach rejeitou as ameaças de boicote, dizendo que os países que discordam “podem ter opiniões políticas diferentes”.
O presidente do COI foi um dos oradores do fórum num debate sobre como os esportes podem ajudar os refugiados.
Ele anunciou uma promessa de US$ 45 milhões (R$ 221 milhões) para ajudar meio milhão de refugiados. Bach ainda fez uma promessa adicional de US$ 50 milhões (R$ 246 milhões) para formar uma equipe olímpica de refugiados em Paris 2024.
Outros conflitos em curso incluem a guerra de Israel com o Hamas em Gaza, além das guerras civis no Sudão e em Myanmar.
Por Jacob Evans e Jannat Jalil, da BBC News em Genebra