Com a formação de um grupo coeso, onde todos ressaltaram a necessidade de trabalhar sem a dicotomia de governo e oposição, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) foi eleito presidente da CPI das ONGs na Amazônia por unanimidade e indicou o senador Márcio Bittar (União-AC) na primeira sessão de funcionamento da Comissão. O senador Jaime Bagatolli (PL-RO) foi eleito vice-presidente. Na presença do líder do Governo Jaques Wagner (PT-BA), que participou da instalação como não membro da CPI, Plínio garantiu estar ciente de sua função para impedir que a CPI se transforme em um circo como em CPIs passadas com objetivos políticos. Isso aqui não será um big brother nem vamos passar a vergonha alheia do passado, repetiu Plínio.
A CPI tem 11 titulares e sete suplentes e prazo de 130 dias podendo ser renovado por igual período
“Eu sei da missão que nós agora vamos cumprir e do fardo que escolhemos carregar. Costumo dizer que na vida a gente tem muitos fardos para escolher qual carregar,e quando a gente escolhe, esse fardo não pode ser pesado, porque a gente o escolheu.Que fique claro para os que estão aqui e ouvindo: esta CPI não é contra o Governo. Esta CPI não é para demonizar ONGs. Esta CPI é para satisfazer o sentimento dos amazônidas que já não suportam mais ser usados, utilizados por algumas ONGs que prestam desserviço ao país, ameaçando mesmo – e não é chavão – a nossa soberania.Nós vamos atrás dessas ONGs que pegam dinheiro em nome da Amazônia e nada fazem pela Amazônia, porque a Amazônia não é floresta só. A Amazônia é o ser humano, é o homem que habita nela”, disse Plínio no discurso de abertura da CPI esperada por cinco anos.
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Dr. Hiran (PP-RR) . Eu quero manifestar aqui o meu apoio inconteste à eleição da Presidência desta Comissão tão importante para nós que vivemos na Amazônia. Nós vamos aqui fazer um trabalho muito importante para o Brasil para que o povo brasileiro conheça a realidade da vida daquelas pessoas que vivem naquela imensidão verde que é um patrimônio do nosso País.
Zequinha Marinho (Podemos-PA). Muitas delas (ONGs) vão para a Amazônia ganhar dinheiro lá fora e atrapalhar aqui. Isso é um desserviço ao Brasil, e eu tenho certeza de que a gente vai identificar e poder dar um encaminhamento jurídico normal a esse tipo de procedimento. O senador Plínio, pela sua história e pela sua dedicação a esse tema, merece, com certeza, o apoio de todos nós para presidir esta Comissão.
Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Ao longo da minha vida eu tive oportunidade de viver nos mais diversos rincões da nossa Amazônia e, principalmente, observar o desserviço que é prestado por determinadas organizações não governamentais, que utilizam recursos públicos muito mais para se servir do que para servir à população da nossa Amazônia. Eu só deixo a seguinte mensagem: a selva nos une. E tudo pela Amazônia!
Jaques Wagner (PT-BA) Líder do governo participou como não membro da CPI . Quero dizer que eu tenho absoluta consciência de que esta não é uma CPI contra o Governo. Acredito na palavra dos dois ( do presidente e do relator) de que não será uma CPI contra as ONGs. E, no meu estilo de ser, eu acho que na democracia a gente tem que conviver com pensamentos diferentes.
Jaime Baggatolli (PL-RO) Vice-presidente da CPI ” A sociedade merece um esclarecimento e principalmente o povo da Amazônia Legal. A Amazônia Legal representa em torno de 53%, 54% do território nacional. Então, não só as pessoas que moram lá, mas o Brasil todo, merecem um esclarecimento para onde que está indo esse dinheiro que as ONGs estão (recebendo), no que elas estão aplicando e de que forma estão utilizando esse dinheiro.
Beto Faro (PR-PA). Em todos os segmentos da nossa sociedade, infelizmente você vai encontrar muita gente boa, mas vai também encontrar gente ruim, gente que desvia o caminho. E aí não é só nas ONGs. Então, em todos os segmentos nós temos isso.
Teresa Leitão (PT-PE). As ONGs muitas vezes são penalizadas, concordando que existem algumas que nem esse nome mereciam ter. Distorcem a lei para se constituir como um espaço que de fato não representa a sociedade civil, não é?
Jayme Campos (União-MT) _ Participou como não membro da CPI : Lamentavelmente tem envolvimento até de políticos com essas ONGs que estão ganhando algum. Como lá em Mato Grosso diz, um quequezinho aí. E chegou a hora de nós acabarmos com essa patifaria. Isso é uma verdadeira patifaria. Quando você fala em ONG, virou verdadeira indústria aqui no Brasil.
Izalci Lucas (PSDB-DF) participou como não membro da CPI : Eu aprendi aqui no Congresso: nada sobre nós sem nós. Então, para discutir a Amazônia, discutir toda essa região, têm que ser vocês que estão lá no mundo real. Muita gente dá muito palpite, decide muitas coisas sem sequer saber do que está falando ou sem conhecer o mundo real. Essa CPI é para mostrar a realidade dos fatos.