Durante cerimônia no sábado (12/11), a cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, recebeu o certificado de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O título foi concedido em 2019 pela entidade, após um trabalho conjunto do Governo Federal, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo.
O evento aconteceu na Casa de Cultura de Paraty e o prêmio foi recebido pelo prefeito e pelo vice-prefeito municipal, representantes do ICMBio, representantes dos Povos Tradicionais e autoridades locais. Agora Paraty é a única cidade do Brasil e da América Latina a ter o título de reconhecimento como Patrimônio Mundial da Unesco pelo seu sítio misto de Cultura e Biodiversidade.
A cidade se destaca pela grande diversidade cultural e natural, além das características indígenas, africanas, caiçaras que compõem os bens culturais da cidade e a utilização sustentável dos povos tradicionais do mar e da terra. De acordo o Iphan, a área possui cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, formando a maior remanescente florestal do bioma da Mata Atlântica. A região possui também diversas espécies raras com fisionomias diferentes e uma flora e fauna únicas no país.
A Unesco levou dois critérios em consideração para a avaliação do patrimônio. O primeiro, o critério cultural. A cidade inclui sítios arqueológicos pré-históricos e históricos; assentamentos urbanos; prédios históricos; comunidades tradicionais; uma história única da região através de interações humanas e datação da presença humana de mais de quatro mil anos. As terras são habitadas por tribos indígenas, quilombolas e 28 comunidades caiçaras, que sobrevivem com os insumos da natureza como pesca artesanal e manejo sustentável de espécies da biodiversidade.
Dentro do critério natural a região possui um diferencial de conservação da diversidade biológica. A alta conectividade estrutural e funcional existente entre os ecossistemas e as paisagens. A região apresenta floresta tropical pluvial e é rica em variedade de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, muitos deles exclusivos da Mata Atlântica, na baia existem ainda uma variedade de baleias, golfinhos e peixes.
Dentro da flora e fauna existem 36 espécies vegetais consideradas raras, 29 são endêmicas, ou seja, próprias da região. Existem registros que mostram a presença de mamíferos raros e predadores, como a onça-pintada e o muriqui, o maior primata das Américas.