Na tarde de terça-feira (29/08), uma notícia estourou no mundo empresarial. Após diversos meses em alta sobre problemas estruturais e administrativos, a empresa 123 Milhas anunciou o seu pedido de recuperação judicial. A empresa informou uma dívida de R$ 2,308 bilhões no pedido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A 123 Milhas, conhecida por sua trajetória de inovação e crescimento constante no setor de passagens aéreas e pacotes de viagens, agora se vê diante de desafios financeiros significativos. De acordo com Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, especializada em reestruturação de empresas e recuperação judicial, a decisão de buscar a recuperação judicial foi motivada por um conjunto de fatores, incluindo a conjuntura econômica desafiadora, a dívida impagável e as margens apertadas.
A recuperação judicial é um instrumento legal que permite às empresas em dificuldades financeiras reorganizar as suas atividades e dívidas, visando a sua reestruturação e manutenção dos problemas estruturais. No entanto, a notícia gerou preocupações entre os colaboradores, parceiros e, principalmente, consumidores – que já vinham enfrentando problemas com viagens e pacotes não recebidos, apesar de pagos. Enquanto alguns acreditam que a recuperação judicial pode oferecer uma oportunidade para a empresa reestruturar as suas finanças e se reinventar, outros ressaltam a importância de um plano sólido para assegurar a continuidade das operações e a confiança dos investidores.
“Um plano claro é essencial para definir metas realistas, identificar problemas-chave e traçar estratégias para superá-los”, explicou Duek. O especialista ainda afirma que é fundamental contar com o auxílio de profissionais especializados em finanças e em direito empresarial para orientar a empresa para o processo ocorrer da melhor maneira, principalmente para a empresa, diz Duek.
Analistas de mercado estão acompanhando de perto os desdobramentos dessa decisão. Investidores e acionistas agora aguardam por informações mais detalhadas sobre o plano de recuperação e as estratégias que a empresa cogita adotar para superar esse momento delicado.“Em caso de dificuldades, empresas grandes, como a 123 Milhas, pedirão recuperação judicial, inevitavelmente, esse ano. 2023 é um ano de crise pesada”, alerta o especialista.