Em plena “era da informação” torna-se necessário o uso de metodologias ativas de aprendizagem para incentivar os alunos a serem dinâmicos na construção do seu conhecimento, instigando-os a buscar soluções para os problemas que os envolvem diariamente. Para isso, o Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), investe em fomento a projetos de pesquisa no sentido de fortalecer, ainda mais, a educação no Estado.
Um desses investimentos foi aplicado no projeto de pesquisa “Robótica uma proposta interdisciplinar na educação básica, como facilitadora do processo ensino-aprendizagem”, amparado pelo Programa de Desenvolvimento e de Inovação para Educação Básica (Prodeb/Fapeam).
O estudo teve o objetivo de investigar a contribuição da robótica no processo ensino-aprendizagem, mediada pela metodologia Problem Based Learning (PBL), para obter um levantamento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o estado da arte, da contribuição da robótica, como uma metodologia que pode ser aplicada no ensino-aprendizagem.
No que se refere à conexão entre a BNCC e a robótica educacional, a coordenadora da pesquisa, professora de Ciências da Natureza, Sandra de Oliveira Botelho, ressalta que “pode-se relacionar as competências com os objetivos de uma aula onde os discentes constroem robôs e os programam para funcionar e executar movimentos e tarefas, ou dar respostas a determinados comandos”, disse a pesquisadora.
O projeto foi aplicado na Escola Estadual Tiradentes, em Manaus, com os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e resultou em impactos positivos, conforme pontua a professora.
“O projeto inovador envolveu docentes e discentes com participação ativa na pesquisa. O rendimento escolar foi significativamente satisfatório. Os discentes desenvolveram as habilidades cognitivas, tais como raciocínio lógico, resolução de problemas, pensamento crítico e criatividade, assim como a interação, construção dos protótipos, com produto final significativo para o desenvolvimento do conhecimento científico”, completa Sandra Botelho.
Para a coordenadora, foi desafiador tornar possível a realização do projeto, porém os resultados foram satisfatórios. Ela destaca que a robótica educativa, bem conduzida, favoreceu o crescimento intelectual dos alunos, por meio da experimentação, construção, reconstrução, observação e análise das problemáticas geradas, a partir de situações do cotidiano.
“Os discentes passam a ser protagonistas do conhecimento, desenvolvendo o raciocínio lógico, a imaginação e a criatividade, conectando de forma interdisciplinar todas as áreas do conhecimento”, observa a professora.
Além de envolver conhecimentos básicos de mecânica, cinemática, automação, hidráulica, informática e inteligência artificial, envolvida no funcionamento de um robô, durante o processo foram utilizados recursos pedagógicos para que se estabelecesse um ambiente de trabalho escolar agradável.
A pesquisadora reforça que estudiosos defendem que a robótica se torna uma ciência interdisciplinar de grandes possibilidades na educação, sendo uma atitude positiva diante do conhecimento, que implica mudança comportamental diante da tomada de decisões, promovendo cooperação, trabalho, diálogo entre as pessoas, entre as disciplinas e entre outras formas de conhecimento.
Incentivo
A coordenadora do estudo observa ser fundamental o apoio da Fapeam de fomentar a pesquisa científica na educação, uma vez que incentiva os professores a se manterem atualizados e motivados a proporcionar experiências de aprendizagem significativas para os alunos, além de valorizar a educação básica e possibilitar a aplicabilidade de projetos como o de robótica na escola.
Prodeb/Fapeam
O Programa de Desenvolvimento e de Inovação para Educação Básica (Prodeb/Fapeam) visa fomentar a concessão de auxílio-pesquisa para apoiar projetos de pesquisa e de inovação, visando à valorização dos mestres e doutores que atuam na Rede Pública de Ensino, no âmbito da educação básica, com vistas ao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação da educação no Amazonas.
FOTO: Acervo Coordenadora da pesquisa – Sandra de Oliveira Botelho