No mundo cada vez mais conectado de hoje, as redes sociais desempenham um papel fundamental na vida das pessoas. Com bilhões de usuários ativos diariamente, essas plataformas se tornaram uma ferramenta poderosa para a disseminação de informações, o compartilhamento de conhecimento e a construção de relacionamentos. Para os profissionais de saúde, o aproveitamento efetivo das redes sociais pode levar a uma presença online forte e a um aumento significativo na visibilidade e reputação. A profissional de saúde odontológica e coordenadora do treinamento de imersão em Social Media Para Profissionais da Saúde, Dra. Bruna Conde, destaca que as redes sociais oferecem uma série de benefícios não somente para os profissionais de saúde, mas para todos que desejam compartilhar informações de valor.
Nas últimas décadas, vivenciamos uma transformação digital avassaladora. As redes sociais se tornaram nosso principal meio de comunicação e compartilhamento de informações. No entanto, observamos que grande parte das pessoas evita publicar com medo de possíveis críticas ou rejeições.
Isso se deve, em parte, ao fenômeno do “cancelamento” cada vez mais presente nessas plataformas. O cancelamento consiste em boicotar e ridicularizar alguém que tenha uma opinião ou comportamento considerados indesejáveis pela massa. Embora tenha surgido para destacar questões importantes, atualmente acontece de forma irracional e desproporcional.
Basta um deslize para ser alvo de uma “mensagem cancelada”. Isso acaba gerando na audiência um estado de pânico constante, temendo cometer um erro e serem também rechaçados. Em vez de um diálogo construtivo, prioriza-se a condenação sumária do outro. Essa prática dissemina medo e inibe a livre expressão.
“Para muitos, o julgamento dos outros causa terror irracional. Ter uma opinião questionada é visto como algo catastrófico. Isso se intensifica nas redes, devido ao alcance massivo das críticas. Por isso, há quem prefira se calar a se arriscar a ser mal interpretado”. Destaca Bruna Conde.
Além disso, o perfeccionismo também desempenha um papel. Muita gente se prende em busca da perfeição nos conteúdos, procrastinando infinitamente para publicar. Sem experiência e confiança em si, acreditam que apenas o conteúdo imaculado será aceito.
Por fim, falta treino para gerar ideias constantes. A princípio, parece impossível alimentar as redes diariamente. Contudo, basta começar e ir amadurecendo o processo de criação ao longo do tempo. É mito achar que todos nascem com ideias brilhantes na cabeça.
Por outro lado, a exposição online trouxe também benefícios, como a democratização do conhecimento. Qualquer pessoa pode compartilhar sabedoria sem medo do julgamento. Porém, para que isso aconteça de maneira saudável, precisamos rever certos comportamentos nas redes.
Bruna Conde traz algumas estratégias para superar o medo de ser julgado ao publicar nas redes sociais:
– Começar publicando de forma gradual e não se cobrar perfeição. É melhor ir se aperfeiçoando com a prática do que não fazer nada por medo.
– Publicar sobre temas que realmente domina e em que se sente à vontade. Isso trará mais segurança e autoconfiança.
– Interagir positivamente com outras publicações, elogiando e comentando. Isso ajuda a construir uma imagem de possivelmente não ser julgado de forma tão dura.
– Ter claro o propósito das publicações e falando para o seu público-alvo, não para agradar a todos. Isso reduz a preocupação com críticas negativas.
– Trabalhar a autoestima e se lembrar que a opinião dos outros não define seu valor. Críticas construtivas são bem-vindas, mas não internalizar os julgamentos.
– Começar em grupos e perfis menores, onde o julgamento é menor, para ganhar experiência antes de publicar em grandes audiências.
– Pedir feedback para amigos e seguidores sobre o conteúdo antes de publicar, para aperfeiçoar.
– Ler os manuais de canais com grande alcance para entender as expectativas do público e se adequar.
– Lembrar que network e reputação se constroem no longo prazo, com conteúdos consistentes. Uma crítica não anula todo o trabalho.
– Aproveitar as ferramentas de privacidade e mudar os comentários/mensagens quando muito negativos.
“A cultura do cancelamento precisa ser substituída por um diálogo construtivo, onde as ideias concorrentes possam coexistir. Erros devem ser apontados com empatia e não punitividade. E cada um precisa enfrentar seus medos interiores para ousar trazer sua contribuição. Só assim construiremos uma internet que realmente aproxime as pessoas” Conclui Bruna Conde.