Um estudo brasileiro publicado na revista Nature Medicine no dia 5 de janeiro concluiu que pacientes com pelo menos um sintoma persistente da infecção pela Covid-19 têm um risco 57% maior de serem sedentários.
A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), é um dos primeiros trabalhos a avaliar o efeito da atividade física no contexto da Covid longa, quando os sintomas da doença persistem por pelo menos dois meses.
Os pesquisadores analisaram dados coletados de 614 pacientes com média de 56 anos que estiveram internados no Hospital das Clínicas, em São Paulo, entre março e agosto de 2020.
Depois de seis a 11 meses da hospitalização, os pacientes foram convidados para uma visita de acompanhamento. Na ocasião, eles foram instruídos a responder questionários a respeito da prática de atividade física, estilo de vida e sobre a presença de possíveis sintomas ligados à doença.
O critério para avaliação de atividade física foi de pelo menos 150 minutos por semana, recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com os cientistas, a presença de um sintoma ou mais foi associada a um risco 57% maior de sedentarismo. E esse percentual cresceu para 138% para os pacientes que relataram sentir cinco ou mais sintomas.
Os pesquisadores concluíram ainda que dos pacientes analisados, 60% eram inativos fisicamente e apresentavam uma alta taxa de comorbidades: 58% eram hipertensos, 37% fumantes, 35% eram diabéticos e 17%, obesos.
Um dos coordenadores da pesquisa, o pesquisador Hamilton Roschel afirma que o estudo agrega informações a outros levantamento anteriores que já relacionam a atividade física à Covid-19. No entanto, o cientista acrescenta que pesquisas futuras precisam ser feitas para investigar a associação entre Covid longa e sedentarismo e entender os motivos por trás da relação entre a falta de atividade física e a doença.
*Com informações do Metrópoles