A importância da autorresponsabilidade com a saúde foi destacada no encontro para troca de experiências exitosas no tratamento de lesões diabéticas, promovido pela Prefeitura de Manaus nesta quarta-feira, 29/11, no auditório Deodato de Miranda Leão, bairro Adrianópolis, na zona Centro-Sul da capital. Profissionais de todos os Distritos de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), envolvidos no cuidado de usuários que apresentam lesões decorrentes da doença degenerativa, trocaram informações e compartilharam suas práticas de sucesso.
Ao abrir a programação, o subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, destacou como a genética, os hábitos e as facilidades da vida moderna podem impulsionar o sedentarismo, que cria condições que deixam as pessoas vulneráveis à diabetes.
“Fiz uma pergunta aqui no auditório sobre quem conhece um diabético que é indisciplinado, mesmo sabendo que é diabético. Quase todos levantaram a mão para confirmar que sim. Reforçamos o quanto as pessoas precisam se comprometer com a própria saúde. Por mais que o poder público se esforce na prevenção de doenças e agravos, e capacite seus profissionais, isso terá pouco impacto se os pacientes não seguirem as orientações médicas”, afirmou.
O tema central do evento foi “Como cuidar das lesões diabéticas”. O assunto foi debatido por enfermeiros, técnicos de enfermagem e gestores de 20 Unidades de Referência das Lesões Diabéticas da rede de atenção primária.
A gerente de Condições Crônicas da Semsa, Lilian Paula Lima, explicou que, ao longo do ano, as equipes promovem ações para evidenciar a importância de se manter uma alimentação balanceada e da incorporação dos exercícios físicos na rotina. Ela pontuou o quanto os acompanhamentos médicos são fundamentais para evitar que a saúde fique comprometida.
“Mas é essencial que o usuário se observe para identificar alterações no corpo, nos membros inferiores, nas pernas. Aquela feridinha que não consegue cicatrizar, que você não consegue sentir, pode ser uma complicação que precisa ser cuidada, porque pode resultar na perda de um membro”, assinalou.
Cuidado e paciência
Ao relatar sua experiência com um paciente de 91 anos acometido pela diabetes, o enfermeiro Airton Perdigão, que atua na Unidade de Saúde da Família Áugias Gadelha, que fica na zona Norte, ressaltou que, além do conhecimento técnico e da experiência, é necessário ter paciência e persistência no manejo das lesões.
A resistência do paciente ao tratamento medicamentoso e à dieta, acentuada pela idade avançada, foi um desafio a mais, conforme relatou o enfermeiro. Com persistência, a equipe conseguiu um resultado significativo na melhoria da lesão que o idoso apresentava no pé.
“Conseguimos elaborar um plano de tratamento para ele, que foi compreendendo a importância do cuidado e compareceu para fazer os curativos, e nós conseguimos fechar essa lesão. Achamos, inicialmente, que seria muito difícil, mas a partir da conscientização dele, tivemos sucesso”.
A chefe do Núcleo de Atenção às Pessoas com Doenças Circulatórias e Diabetes da Semsa, Nádia Brito, explicou que o encontro foi a oportunidade de demonstrar o quanto o autocuidado é parte essencial para a redução dos agravos da doença degenerativa.
“Reunimos aqui a experiência de quem está na ponta e tem informações preciosas para compartilhar e assim fortalecer os cuidados. Desde 2020 a Semsa tem o Programa Curativo de Lesões Diabéticas, e esse evento permitiu que aqueles que conseguiram fechar uma lesão pudessem mostrar os desafios e as estratégias utilizadas para obter êxito na condução desses usuários”, assinalou.
Por Tânia Brandão/Semsa
Foto: Artur Barbosa/Semsa