Sete entre dez mulheres apresentam miomas uterinos, tumores pélvicos benignos – que não são câncer – que crescem ao redor do útero. A boa notícia é que em uma minoria dos casos a infertilidade feminina ocorre em decorrência de um mioma. Embora prevalente, a principal causa de mioma uterino é desconhecida. É sabido, por sua vez, que o crescimento do tumor está associado com fatores hormonais, diminuindo de tamanho após a menopausa. Este problema é prevalente durante a idade reprodutiva, no entanto, há mulheres que sofrem de miomas também durante a menopausa. É importante que estas informações sejam conhecidas, alerta o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) em alusão ao Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, lembrado em 28 de maio. Este problema é prevalente durante a idade reprodutiva, no entanto, há mulheres que sofrem de miomas também durante a menopausa. É importante que estas informações sejam conhecidas, alerta o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) em alusão ao Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, lembrado em 28 de maio.
Nesta data, a sociedade é convidada a discutir a promoção de ferramentas educativas como elemento-chave para a prevenção de patologias que acometem as mulheres. Embora benignos, os miomas, por afetarem as mulheres principalmente na fase reprodutiva (que menstruam e podem engravidar) também requerem atenção. Os miomas podem ser subserosos, localizados na parede externa do útero; submucosos, que invadem a cavidade do útero ou miomas intramurais, que aparecem nas camadas internas da parede do útero. “Embora sejam tumores benignos, os miomas devem ser conhecidos, investigados e tratados”, ressalta a vice-presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Em algumas ocasiões, os miomas podem crescer durante a gravidez. Apenas as lesões de grande porte e de localização específica têm sido relacionadas ao aumento da taxa de cesariana ou parto prematuro, pois podem dificultar a saída do bebê pelo canal de parto. Na grande maioria dos casos, não constituem problema e a atitude é expectante, com controle ecográfico anual. Apenas em alguns casos é necessário complementar o estudo com exames como histerossonografia, histeroscopia ou ressonância magnética pélvica.
Existem diferentes razões pelas quais os miomas podem afetar a fertilidade. Eles podem deformar a cavidade onde o embrião se aninha, dificultar a entrada do esperma no colo do útero e até obstruir a saída das trompas de falópio. Podem também liberar substâncias pró-inflamatórias, aumentar as contrações uterinas e comprometer a vascularização, dificultando a implantação do embrião.
Os sintomas dependerão de seu tamanho, localização e número. Eles podem variar de completamente assintomáticos a causar dor abdominal, aumento do sangramento menstrual (hipermenorreia), metrorragia (sangramento anormal entre os períodos), aumento do diâmetro do abdômen e até mesmo abortos.
Os miomas uterinos afetam a fertilidade?
Uma das principais preocupações que uma mulher em idade reprodutiva pode ter quando os miomas uterinos são diagnosticados é se ela conseguirá ou não engravidar. Antes de tudo, a mulher deve saber que a existência de miomas uterinos nem sempre impede que a gravidez seja alcançada, mesmo que naturalmente. No entanto, um mioma pode alterar a fertilidade de uma mulher devido a um ou até vários dos fatores mencionados abaixo:
– Obstrução do caminho do esperma através do útero para as trompas de falópio, o que impede a ocorrência de fertilização. Pode até haver tamponamento do óstio tubário, ou seja, dos orifícios que comunicam o útero com as trompas;
– Modificação ou deformação da cavidade uterina;
– Alteração na contratilidade do útero;
– Alterações na vascularização e no fluxo sanguíneo.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS EM MULHERES
A prevenção é essencial para diagnosticar doenças em estágios iniciais e, assim, poder iniciar um tratamento precoce e mais eficaz. Dentre algumas ações importantes que as mulheres devem fazer periodicamente, estão:
– Exames ginecológicos frequentes (exames pélvicos e das mamas), promovendo a prevenção ou detecção precoce do câncer do colo do útero e da mama;
– Papanicolau, colposcopia e testes de papilomavírus humano (HPV);
– Densitometria óssea;
– Exames de rastreamento do câncer de cólon;
– Calendário de vacinação completo;
– Avaliação do risco cardiológico antes da atividade física, necessária para um estilo de vida saudável;
– Testes hormonais para mulheres na menopausa;
– Saúde sexual que inclui contracepção, prevenção e detecção de doenças sexualmente transmissíveis;
– Saúde reprodutiva que inclui cuidados durante a gravidez.
Sobre o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA)
O EVA é uma associação sem fins lucrativos, composta em sua maioria por médicos, que tem como missão o combate ao câncer ginecológico. Seu time, multiprofissional, atua com foco na educação, pesquisa e prevenção, assim como promove apoio e acolhimento às pacientes e aos familiares.
A idealização e a organização do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos foram iniciadas pela oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, no Hospital do Câncer II do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A primeira reunião ocorreu em 12 de março de 2010 e o nome Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos passou a ser utilizado a partir desta data.
A primeira reunião para nacionalização do grupo ocorreu no Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2013, na cidade de Brasília. O nome EVA foi resultado de uma reunião neste evento e foi sugerido pela oncologista clínica, coordenadora da área de apoio ao paciente (advocacy) do grupo, Andréa Paiva Gadelha Guimarães. O ginecologista oncológico Glauco Baiocchi Neto é o diretor-presidente do EVA na gestão 2023-2024.