Apenas no Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025, são estimados 73.610 casos de câncer de mama e 17.010 de colo do útero. No total, mais de 270 mil mulheres serão diagnosticadas com esses dois tipos de tumores, os quais ocupam, respectivamente, a 1ª e 3ª posições no ranking de tipos de câncer que mais acometem o sexo feminino. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam a mortalidade de 18.361 mulheres por conta do câncer de mama e 6.606 por consequência do câncer de colo do útero.
Durante a Campanha Outubro Rosa, que tem como objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama e, mais recentemente, segundo o Ministério da Saúde, o câncer de colo do útero. O esforço promove a conscientização sobre estas doenças e sobre a relevância do maior acesso aos serviços de diagnóstico. Assim, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) faz um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e como essas iniciativas e esse cuidado podem contribuir para diminuir as taxas de mortalidade no país.
Para a Dra. Marina De Brot, Secretária-Geral da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), o diagnóstico do câncer em estágio precoce está associado diretamente ao maior sucesso do tratamento, evolução mais favorável da doença e melhor qualidade de vida para as pacientes. “Quanto mais cedo se detecta a neoplasia, melhor. As chances de cura do câncer de mama em estágio inicial chegam a 95%”, disse ela, que é médica patologista, profissional responsável pela análise da biópsia. Esta avaliação permite confirmar o diagnóstico da doença, classificar a neoplasia e auxiliar na determinação do tipo de tratamento mais indicado para cada paciente. A Dra. Marina é especialista em Patologia Mamária.
Entre os fatores que aumentam o risco de câncer de mama, estão a menstruação precoce, primeira gravidez e menopausa tardias, não ter filhos, obesidade na pós-menopausa, terapia de reposição hormonal, histórico familiar de câncer de mama, ovário ou pâncreas, mutações germinativas em genes específicos, como o BRCA1 e BRCA2, e hábitos como o consumo de bebidas alcoólicas. Para todas as mulheres, a indicação é que a partir de 40 anos façam a mamografia de rastreamento anualmente, além de pelo menos uma mamografia entre os 35 e 40 anos de idade.
Para prevenir doenças em geral, incluindo vários tipos de câncer, recomenda-se uma alimentação variada e mais natural, rica em fibras, frutas e vegetais, a prática de exercícios físicos regularmente, evitar o consumo de álcool e o tabagismo. No entanto, mesmo que a pessoa tenha uma vida com hábitos saudáveis, os exames regulares como a mamografia no caso de câncer de mama ou o teste de HPV e/ou Papanicolau para o câncer de colo de útero, são essenciais para a detecção precoce da doença.
Já em relação ao desenvolvimento do câncer de colo do útero, a principal causa é o papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês) e, entre os principais fatores de risco, estão a iniciação precoce da vida sexual, a multiplicidade de parceiros, a multiparidade e o tabagismo. O rastreamento, idealmente realizado através do teste molecular para identificar o vírus HPV, é o instrumento mais eficaz para identificar o câncer de colo do útero. A vacinação de meninas e meninos de 9 a 14 anos contra o HPV também é crucial para combater a doença. A mesma é fornecida e aplicada pelo SUS nesta faixa etária.
Outras iniciativas:
Pelo segundo ano consecutivo, a SBP firma acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, com o intuito de ajudar a rastrear e tratar o câncer de colo do útero em mulheres indígenas. A parceria faz parte do Movimento Outubro Rosa. A instituição também tem participado de diversas campanhas que focam no combate e importância do diagnóstico precoce do câncer, como a Campanha Setembro Púrpura, dedicada ao combate do câncer ginecológico, Dia Nacional de Combate ao Fumo e Agosto Branco, mês de conscientização sobre o câncer de pulmão, segunda doença mais mortal em mulheres, entre outras.
Seja responsável pela sua vida e faça exames regularmente. Diante de qualquer alteração, procure atendimento médico. Para saber mais sobre diagnóstico precoce e campanhas que a SBP participa, acesse www.sbp.org.br.
Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico. Desde o início de suas atividades, a associação promove, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Patologia, que em 2024 chegará à sua 34ª edição. A SBP também produz a publicação científica Surgical and Experimental Pathology (SAEP) e o jornal “O Patologista”, um informativo com notícias sobre a especialidade, com periodicidade trimestral.