Com o fim da folia de Carnaval e o aumento repentino de casos de dengue em todo o país, simples gestos são essenciais para que possamos diminuir a transmissão da doença e não deixar água parada é o principal deles. Mas, afinal, você sabe como identificar os sintomas? A infectologista Maria Alice Sena fala sobre o assunto.
Somente no primeiro mês deste ano, no período de 1º a 25 de janeiro, o Amazonas registrou 3.934 casos da doença, ou seja, um aumento de 38% em comparação ao mês inteiro de janeiro de 2023, quando o estado confirmou 2.860 casos. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
De acordo com a infectologista, a dengue é uma doença febril aguda que merece atenção e cuidados básicos já que seus sintomas podem passar despercebidos. “Pode variar entre as formas assintomática, com poucos sintomas e até mesmo grave, que pode chegar ao óbito. A dengue inicia geralmente com uma febre aguda alta de início súbito, acima de 39 graus, que dura de 2 a 7 dias em média, associada a dores de cabeça, articular e atrás dos olhos, além de manchas e erupções pelo corpo que podem ou não estar associadas com coceira pelo corpo”, diz.
Outros sintomas, segundo a especialista, incluem vômitos e diarréias. “A maioria dos pacientes se recupera logo após a febre, mas há casos que merecem atenção que, em geral, são determinados pela perda de líquido, que pode ocorrer quando começa a queda do quadro febril e se caracteriza pelos surgimentos de sinais importantes de serem monitorados para evitar a progressão da doença”, completa Maria Alice.
O Ministério da Saúde já alertou, recentemente, que o Brasil deve registrar cerca de 4,2 milhões de casos de dengue em 2024 e, mesmo com a chegada da vacinação contra a doença, é preciso combatê-la em casa e na comunidade.
A especialista alerta para que a automedicação seja evitada. “Existem medicamentos que, quando administrados à pessoa com dengue, podem prejudicar esses sintomas, como aspirinas e antinflamatórios. Por isso é recomendada a busca de auxílio médico, visto que o especialista que vai avaliar a gravidade da situação, prescrever uma hidratação rigorosa e diferenciada, além de indicar a medicação adequada”, alerta Maria Alice.
Em casos de suspeita da doença, uma opção que traz comodidade e segurança é a teleconsulta, modalidade que oferece a mesma qualidade de um atendimento presencial, com a vantagem de evitar a exposição do paciente a outros tipos de patógenos.
Transmissão
A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Esse mosquito se prolifera em água parada e descoberta presente em diversos locais que servem como criadouros artificiais (potes, pneus, calhas) e até mesmo em ambientes naturais (bromélias, ocos de árvores).
É importante ressaltar que a dengue não é transmitida pelo contato direto com a saliva ou sangue de uma pessoa doente, nem por meio de objetos contaminados.
As picadas pelo mosquito da dengue acontecem geralmente nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, especialmente na região das pernas, tornozelos ou pés. Além disso, a picada é mais comum durante o verão, sendo por isso recomendado usar repelentes no corpo e inseticidas na casa para proteção.
Como evitar?
• Manter as garrafas vazias ou baldes viradas para baixo;
• Não deixar entulho no quintal ou nas ruas e varrer diariamente a água parada;
• Cobrir as caixas d’água, poços ou piscinas e manter as calhas de água limpas;
• Colocar terra ou areia nos pratos dos vasos das plantas;
• Manter a lata de lixo devidamente tampada e jogar no lixo cascas de coco, latas de refrigerantes, copo plástico, garrafas, embalagens, etc;
• Guardar pneus em locais cobertos, longe da chuva. Faça furos na parte de baixo ou entregue no serviço de limpeza;
• Tampar os ralos pouco usados com um plástico, jogando água sanitária no cano 2 vezes por semana;
• Diminuir o número de bebedouros de cães, gatos e passarinhos e manter o aquário limpo e fechado;
• Colocar telas de proteção nas janelas e mosquiteiros na cama para dormir.