A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), divulga, na sexta-feira (27/10), o cenário epidemiológico ampliado da esporotricose humana no Amazonas. No Amazonas, o monitoramento da doença é realizado pela FVS-RCP por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE). O boletim está disponível em: https://bit.ly/3tInLUM
No Amazonas, de janeiro a outubro de 2023, foram notificados 547, destes 403 foram confirmados para a doença em humanos. Já em todo o ano de 2022, foram notificados 251, sendo que, deste número, foram confirmados 245 casos de esporotricose humana.
O boletim destaca, ainda, que 99% dos casos confirmados são residentes da Regional Entorno de Manaus e Rio Negro, principalmente na capital Manaus, com 390 casos, o que representa 96,8%. Outros municípios que tiveram casos confirmados das doenças são: Presidente Figueiredo (7), Iranduba (3), Barcelos (2) e Urucurituba (1).
“A esporotricose é causada por um fungo presente na natureza. Nesse sentido, a FVS-RCP realiza as ações de monitoramento e prevenção à doença junto às Secretarias Municipais de Saúde, com o intuito de fortalecer o enfrentamento à doença em tempo oportuno”, destaca a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
O boletim acrescenta que, dos casos confirmados da doença em 2023, 72,7% dos pacientes relataram ter tido contato com algum animal doente, principalmente gato, com 96,6%, sendo estes tratadores ou proprietários do animal.
No entanto, ainda conforme o documento, mais de 70% dos casos relataram não ter manuseado plantas ou material orgânico suspeito ou, ainda, ter frequentado ambientes com matas, florestas, rios, cachoeiras, sítios e outros.
“A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. A doença pode provocar graves lesões de pele em humanos e em animais”, acrescenta o chefe de Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE), Alexsandro Melo.
Grupo de Trabalho
Como medida de enfrentamento à esporotricose humana e animal no Amazonas, a FVS-RCP estabeleceu um Grupo de Trabalho (GT) para monitorar a incidência da doença (em humano e animal) no estado. O grupo conta com a integração de outras instituições de saúde do Amazonas e está previsto na Portaria nº 159/DIPRE/FVS-RCP. Este boletim epidemiológico faz parte do GT.
Além da FVS-RCP, fazem parte do GT as seguintes instituições: Também Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Fundação Hospitalar de Dermatologia Tropical e Venereologia “Alfredo da Matta” (FUHAM), Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Amazonas (CRMV-AM) e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Manaus.
Esporotricose
A esporotricose é uma doença zoonótica emergente no estado do Amazonas nos últimos dois anos. Os casos de esporotricose em humanos são mais observados no sexo feminino e na faixa etária de 20 a 59 anos, sendo a provável transmissão o contato de tratadores ou proprietários com o animal doente.
Foto: Júnior Santos/FVS-RCP