O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado no início de maio por conta de uma erisipela, doença que ele já havia tratado em novembro de 2022. Mas afinal, o que é essa doença?
A dermatologista Isis Veronez Minami, explica que a erisipela é uma doença infecciosa da pele causada por bactérias patogênicas que pode atingir a gordura (tecido celular subcutâneo) e os vasos linfáticos. Sua ocorrência é mais comum em idosos, diabéticos e pessoas que possuem a imunidade comprometida.
A doença, porém, não é contagiosa. “Sua transmissão ocorre por meio de uma bactéria patogênica que entra em contato com a pele, geralmente por dermatoses (como micose entre os dedos dos pés – as famosas frieiras ou micoses das unhas) ou por machucados”, explica ela.
Os principais sintomas incluem inchaço na perna acometida, vermelhidão, calor e dor no local, além de sintomas sistêmicos como febre, mal-estar, calafrios, até náuseas e vômitos. Em alguns casos podem surgir até mesmo bolhas e úlceras na pele.
O diagnóstico da doença é feito com exame físico e histórico clínico do paciente. “Exames complementares são necessários em alguns casos, como ultrassom para descartar outros problemas (como trombose venosa) e exames de sangue para verificar outras comorbidades e complicações”, detalha. Embora os dermatologistas, cirurgiões vasculares e infectologistas sejam os especialistas que podem tratar as doenças, o clínico geral em um pronto socorro também pode fazer o diagnóstico adequado e realizar o tratamento imediato.
Para se prevenir é importante ter cuidados com os pés, que são a principal porta de entrada da bactéria. “Tratar micoses, mesmo que assintomáticas, com acompanhamento do dermatologista é essencial, assim como evitar traumas e machucados no local”, resume a especialista.
A dermatologista ainda ressalta que é importante tratar a erisipela o quanto antes para evitar as complicações como úlceras e linfedema (que pode persistir mesmo depois do tratamento da bactéria), deixando a perna persistentemente inchada e endurecida. “O tratamento consiste na utilização de antibiótico oral ou endovenoso a depender de cada caso. Também é necessário realizar medidas de cuidados locais como repouso, analgésicos, e tratar a porta de entrada quando identificado (como micoses por exemplo) ”, finaliza a médica.