O Dia Mundial do Combate ao Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, é uma campanha global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), para promover a conscientização da população em geral sobre prevenção e tratamento de diferentes tipos de câncer. Nesse contexto, no Brasil, das 29,6 mil pessoas que faleceram em 2022 por conta de câncer de traqueia, brônquios e pulmão, 56,3% (16,7 mil) tinham menor nível de escolaridade, com até 7 anos de estudo. Das vítimas, 9,2% tinham 12 anos ou mais de estudos. Os dados são do DATASUS – SIM, disponíveis no Observatório da Saúde Pública (OSP), da Umane, organização da sociedade civil, independente, isenta e sem fins lucrativos que fomenta iniciativas no âmbito da saúde pública.
No período analisado, mais homens morreram de câncer de traqueia, brônquios e pulmão, com 54,1% do total de óbitos, ante 45,9% entre as mulheres. Por faixa etária, pessoas com 65 anos ou mais também foram as maiores vítimas, com 68,2% das mortes.
A gerente de investimento social da Umane, Evelyn Santos, chama a atenção para as ações necessárias para reduzir a mortalidade por câncer no país. “O Dia Mundial do Câncer nos faz refletir, como país, quais esforços estão sendo direcionados para o fortalecimento da saúde pública para que mais pessoas tenham a oportunidade de acessar tratamento oportuno para essa doença. Além disso, grande parte das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, entre as quais se enquadra o câncer, podem ser prevenidas. Quase todos nós conhecemos pessoas que tiveram algum tipo câncer como o de pulmão, mama, cólo do útero, ou mesmo do intestino. Mas a verdade é que muitas destas pessoas poderiam nem ter desenvolvido estas doenças. Por isso, é fundamental assegurar a criação e a aplicação de políticas públicas eficazes na prevenção dos fatores de risco relacionados a essas doenças, considerando, principalmente, ações que garantam equidade no acesso, na utilização e na qualidade dos serviços de saúde ofertados para todos que vivem no Brasil “. E complementa. “Além disso, é importante que a sociedade esteja informada, cobrando dos órgãos competentes, seja no executivo, legislativo, ou judiciário, ações que possam incentivar a prevenção do câncer na população, como a redução de fatores de risco como tabagismo, alimentação não saudável, atividade física insuficiente e consumo de álcool.”, afirma Santos.
Fatores de risco
Um dos fatores de risco para o câncer de traqueia, brônquios e pulmão é o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco. Dados do Vigitel, disponíveis no OSP, da Umane, mostram que, em 2023, 9,3% da população das capitais brasileiras era fumante, sendo a prevalência maior entre os homens (11,8%). Por nível de escolaridade, as pessoas com até 8 anos de estudos compreendem a maior fatia de fumantes, com 12,1%.