Combinar exercícios aeróbicos com musculação é a melhor receita para uma boa saúde cardiovascular. Nos últimos anos, ao dedicarem-se a investigar quais destes treinamentos são os mais efetivos no tratamento e na prevenção das doenças cardiovasculares, estudos como o conduzido pela American Heart Association (AHA) concluíram que as diferenças de impacto entre eles são bem menores do que as identificadas entre essas abordagens isoladas e um programa híbrido.
Segundo o trabalho da conceituada instituição estadunidense, adultos que realizam trabalhos aeróbicos ou de musculação de maneira isolada têm, respectivamente, 29% e 18% menos chances de desenvolverem problemas cardíacos do que a população adulta sedentária.
“Já quando comparamos os adultos que combinam os dois treinamentos com o mesmo público sedentário, a redução dos riscos gira em torno de 40% a 46%”, apontou o estudo, indicando o melhor o controle glicêmico e um maior equilíbrio entre ganho de massa muscular e perda de gordura como as principais vantagens do treino combinado em relação às abordagens mais isoladas.
Ao comentar os resultados da pesquisa, o treinador da Smart Fit Bruno Silva afirma que orientações semelhantes já têm há algum tempo servido como norte para o trabalho dos profissionais de educação física.
“Um exemplo das referências que já usamos são as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) que, ao apontarem os benefícios obtidos pelo treinamento combinado para indivíduos com hipertensão arterial, sugerem uma frequência de 2 a 3 dias por semana para os exercícios e musculação e de 5 a 7 dias para os aeróbicos”, indicou Silva.
Musculação é tão segura quanto os exercícios aeróbicos para pacientes com comorbidade
Além de concluir que a combinação entre exercícios resistidos e trabalhos aeróbicos é o caminho mais efetivo para a manutenção da boa saúde do coração, o estudo da AHA desmistificou algo importante ao apontar que ambos são igualmente seguros para pacientes com ou sem comorbidade.
Uma das autoras do trabalho, a professora da Universidade de Michigan Abbi Lane afirma que a lista de pacientes para os quais estes exercícios não são recomendadas é idêntica e é composta por indivíduos com problemas como hipertensão descontrolada, dissecção aórtica, arritmia e síndrome de Marfan.
“Pessoas com diabetes, pressão alta controlada, marcapassos e/ou desfibriladores, acidente vascular cerebral anterior, problemas musculoesqueléticos e gestantes devem consultar o médico antes de iniciar um programa”, concluiu Lane.