Dirigentes do Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru reuniram-se em Bogotá, na Colômbia, de 5 a 8 de fevereiro para discutir o avanço do sistema de informação na vigilância em saúde. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), participou da iniciativa.
A reunião foi sediada pelo Instituto de Saúde da Colômbia e coordenada pelo Centro Internacional de Treinamento e Educação para Saúde (I-TECH, sigla em inglês), da Universidade de Washington, e com o apoio do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês).
A iniciativa visou a implementação do programa de capacitação em Informática e Ciência de Dados para Saúde (IDASH) em cinco países da América Latina. É o que explicou a diretora regional da América do Sul do I-TECH, Fernanda Freistadt.
“Essa iniciativa tem o potencial de criar profissionais de saúde que tem conhecimentos avançados tanto em epidemiologia quanto em informática, uma área em que existe uma grande carência hoje em dia. Além disso, (essa iniciativa) pode estreitar as relações e colaborações técnicas na área de vigilância entre os países”, salientou Fernanda.
A diretora regional reforçou, ainda, que este encontro foi direcionado para identificar o tipo de competências profissionais por país. Após isso, identificar o público de interesse e direcionar as ações por áreas de domínios com as competências específicas para região.
“Este é um ganho relevante, pois quando o treinamento acontecer em seus territórios, os participantes serão por profissionais identificados pelos técnicos especializados na produção de qualidade dos dados de saúde para um cenário mais claro de alguns agravos e doenças”, avaliou Fernanda.
Na oportunidade, a representante do Instituto Nacional de Saúde da Colômbia, Maritza Gonçales, sobre as particularidades da RedeSur. “O desafio principal é manter a sustentabilidade dos sistemas de informação de vigilância em saúde atualizados para serem norteadores para tomada de decisão das esferas além da saúde e buscar ferramentas que possam fortalecer este processo é uma urgência”, destacou Maritza.
Presente no evento, representando o escritório da América do Sul, do CDC, Roberto Esteves, comentou sobre a importância do avançar no compartilhamento de dados em saúde entre os cinco países participantes do IDASH. “Esta colaboração conjunta permitiria não apenas uma comparação mais precisa sobre o cenário epidemiológico entre eles, mas também o desenho de respostas comuns a várias das doenças que os assolam simultaneamente, a exemplo da dengue”, salientou Roberto.
Participação da Vigilância em Saúde do Amazonas
A programação do evento incluiu, na quarta-feira (07/02), a apresentação da diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, que abordou a experiência do Amazonas sobre a atuação da vigilância em saúde, com ênfase nas ações desenvolvidas em Tabatinga, no Amazonas, que constitui a tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.
“É uma região que requer um olhar diferenciado no âmbito da vigilância e estamos presentes com o Laboratório de Fronteira, que realiza o diagnóstico nos segmentos de virologia, carga viral, ambiental, controle de qualidade e biologia molecular. Também implantamos o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde e a Sala de Situação de Saúde para o monitoramento permanente e oportuno no território”, disse Tatyana.
Tatyana acrescentou que para avançar mais nesta região é necessário a assinatura do acordo internacional entre os países. “Em Tabatinga possuímos a estrutura para implantar a sala trinacional de saúde, mas somente será possível mediante o acordo formalizado, para então, criar o fluxo colaborativo de compartilhamento de dados da saúde comum na região a amazônica”, reforçou Tatyana.
Parceria internacional
Participaram do evento representantes de instituições, como Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês);o Centro Internacional de Treinamento e Educação para a Saúde (I-TECH, sigla em inglês), da Universidade de Washington; Instituto de Saúde da Colômbia; Secretaria de Saúde do Departamento do Amazonas na Colômbia; Ministério da Saúde do Equador; Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social do Paraguai; Organização Panamericana de Saúde (OSP); Ministério da Saúde do Peru; Ministério da Saúde do Brasil; Fundação Oswaldo Cruz; e FVS-RCP.
FOTO: Maíra Pessoa/FVS-RCP