O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Amazonas deve registrar ao menos 4,3 mil novos casos de câncer de pele não melanoma (o mais comum), entre 2023 e 2025. O dado é um alerta para a importância das medidas de prevenção ao problema, em especial nos períodos em que há maior incidência de sol e calor, como no ‘verão amazônico’. Nesse contexto, o protetor solar é indicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) como uma das maneiras mais baratas e práticas de reduzir os riscos de desenvolver a doença.
Mas embora a importância do protetor solar seja conhecida, uma pesquisa do Instituto de Cosmetologia de Campinas (SP) revelou que, em 2022, 71% dos brasileiros ainda não o utilizavam diariamente, o menor índice em cinco anos. Além de aumentar o risco de câncer, o não uso de protetor pode agravar acnes, propiciar o surgimento de manchas e acelerar o envelhecimento pelo surgimento de rugas e perda de elasticidade.
“Quando se está exposto ao sol, o primeiro de tudo é se hidratar bem. E não com qualquer líquido, como refrigerante ou bebida alcoólica. Tem de beber água mesmo. O protetor solar também é importante em todas as situações. Em casos de exposição prolongada, como em balneários e sítios, é preciso reaplicar após duas horas de exposição ao sol ou após se molhar”, afirma a médica dermatologista Raisa Feitosa, da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta.
Orientação
Durante o verão amazônico, caracterizado por altas temperaturas e intensa incidência solar, cresce a necessidade de reforço às medidas de proteção contra os raios UV, essenciais para prevenir o câncer de pele e outros danos dermatológicos.
Nesse contexto, Arthur Emídio, o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, ressalta a importância do acompanhamento profissional na escolha do protetor adequado. “Seja com farmacêutico ou dermoconsultor, a orientação é importante para que cada pessoa encontre o produto que melhor atende suas necessidades. O fator de proteção, por exemplo, pode variar muito dependendo da pele. Há também diferentes maneiras de aplicar, conforme a ocasião e área do corpo”, comenta.
Segundo o profissional, o protetor solar na versão ‘loção’ é considerado o mais comum no Brasil. “Essa é a versão mais tradicional e tem a vantagem de ser mais hidratante, o que é bom para pessoas com pele seca ou sensível. Ele também é mais fácil de aplicar de maneira uniforme, garantindo uma boa cobertura”, afirma.
Outra opção é o protetor solar em spray, considerado mais prático e rápido de usar. “É ideal para reaplicações ao longo do dia, especialmente quando se está na praia ou na piscina. No entanto, é preciso ter cuidado para não deixar áreas sem proteção, pois o spray pode ser mais difícil de visualizar durante a aplicação”, diz.
Já o protetor solar em barra costumava ser uma opção incomum, mas o produto passou a ganhar popularidade após viralizar nas redes sociais. De acordo com a dermoconsultora Carlane Caldas, esse formato é indicado para regiões mais sensíveis, como o rosto, especialmente ao redor dos olhos, nariz e boca. “Nessas áreas, muitas vezes a loção pode escorrer com o suor. Ele também é uma excelente opção para atletas, pois oferece maior resistência à água e ao suor”, pontua.
Fatores
Além do formato, outro ponto importante a ser considerado é o nível de proteção oferecido pelo produto, medido pelo Fator de Proteção Solar (FPS). A dermoconsultora alerta sobre a escolha correta de acordo com o tipo de pele e a intensidade da exposição ao sol.
“Peles mais claras, que têm tendência a queimar com facilidade, devem optar por protetores com FPS 50 ou mais. Já peles mais escuras, que têm uma maior proteção natural contra os raios UV, podem usar FPS 30, mas nunca menos do que isso, pois todos estão sujeitos aos danos causados pela radiação solar”, diz ela.
Uma dica extra é ter atenção também à periodicidade do uso. Se a exposição ao sol for longa, não basta passar apenas uma vez. Outro erro comum é já aplicar o produto quando está em contato com os raios solares.
Conforme o Ministério da Saúde, a principal causa do câncer de pele é a exposição excessiva ao sol. Para prevenção, além do uso de protetor, recomenda-se evitar o sol entre 10h e 16h, usar roupas que cubram bem o corpo, chapéus e óculos de sol, além de realizar consultas regulares para identificar sinais suspeitos. A detecção precoce é essencial para o tratamento eficaz.