A esporotricose, uma infecção fúngica que afeta humanos e animais, tem apresentado um crescimento no Amazonas. Dados recentes da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado revelam que, de nos três primeiros meses do ano, foram notificados 338 casos da doença em humanos, com 266 confirmações e 34 em investigação. Em animais, os números são maiores: 1.134 casos, dos quais 1.078 foram confirmados e 672 estão em tratamento. Em ambos os casos não há registro de mortes.
Para compreender melhor o assunto, a dermatologista, Andréa Cavalcante, mestre em doenças tropicais, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e que faz parte da clínica MBYÁ, em Manaus, detalha o que é a doença, assim como sintomas, diagnósticos, tratamento e onde buscar ajuda.
A médica esclarece que a esporotricose é uma micose profunda que pode afetar tanto humanos quanto animais. O fungo que a provoca está presente na terra, em cascas de árvores e matéria orgânica em decomposição. “A transmissão ocorre por meio de pequenos traumas (ferimentos) na pele ao entrar em contato com material contaminado. No entanto, a forma mais comum de contágio é por meio de animais infectados, principalmente gatos, que ao arranhar ou lamber seus tutores podem transmitir o fungo”, explica a especialista.
Os sinais da doença, detalha a médica, podem ser facilmente confundidos com outras doenças de pele, como a leishmaniose e furúnculos. “Nos humanos, a infecção se manifesta inicialmente como um caroço avermelhado, que evolui para uma úlcera que não cicatriza. Nos animais, principalmente gatos, os ferimentos podem se parecer com machucados de briga, o que pode atrasar o diagnóstico”, alerta.
A dermatologista informa que, para se confirmar o diagnóstico correto é necessário uma avaliação médica e uma biópsia da lesão. Após esse procedimento, a confirmação laboratorial permite identificar a presença do fungo e diferenciar a esporotricose de outras doenças cutâneas.
» COMO TRATAR E SE PROTEGER – De acordo com a médica, o Amazonas era uma das poucas regiões do Brasil sem casos registrados da doença até 2020. “O avanço da esporotricose aqui pode estar ligado a vários fatores, como a expansão urbana, o maior contato entre humanos e animais de estimação e a falta de informação sobre a prevenção e tratamento”, destaca.
Ela esclarece que o tratamento varia de acordo com a gravidade do caso. “Na maioria das situações, utilizamos antifúngicos orais, mas em casos graves, com acometimento de órgãos internos como pulmões e ossos, pode ser necessário o uso de medicações injetáveis (podendo ser feito em domicílio e, em alguns casos, internação hospitalar)”, explica a Dra. Andréa ao afirmar que, complicações da esporotricose podem levar a cicatrizes permanentes e, em casos mais severos, à morte: “Já houve situações de pacientes que perderam partes do corpo devido ao agravamento das lesões”.
A especialista adverte que a prevenção da esporotricose passa por medidas simples, mas eficazes, como o uso de equipamentos de proteção: trabalhadores que lidam com solo e plantas devem utilizar luvas e roupas de manga longa.
“Os gatos são os principais vetores da doença, portanto, o ideal é mantê-los dentro de casa e castrá-los para evitar saídas e brigas. Dessa forma, os tutores devem ficar atentos a ferimentos persistentes em seus animais e buscar orientação veterinária ao menor sinal de anormalidade”, recomenda a dermatologista.
» ONDE BUSCAR AJUDA? – A população pode procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Prefeitura de Manaus para os primeiros cuidados. Casos mais graves são encaminhados à Fundação de Medicina Tropical, renomado centro de referência nacional e mundial no tratamento de enfermidades tropicais. Além disso, a Clínica MBYÁ, localizada no Shopping Millennium, conta com especialistas em doenças da pele que podem oferecer um tratamento rápido e adequado.
» SOBRE ANDRÉA CAVALCANTE – Médica formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e especialista em Dermatologia pelo Hospital Universitário Getúlio Vargas, desde 2004. Com mestrado em Doenças Tropicais pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, atua como professora da disciplina de Dermatologia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), desde 2012. Além disso, é preceptora do Serviço de Residência em Dermatologia da Fundação de Medicina Tropical de Manaus, contribuindo para a formação de novos especialistas na área. Andréa Cavalcante é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e integra a equipe da Clínica MBYÁ, localizada em Manaus.
» SOBRE A CLÍNICA MBYÁ – Com unidades em Manaus e Rio Branco-Acre, a clínica integra um grupo com mais de 10 anos de excelência na região Norte, sob a liderança da dermatologista, Adriana Mariano. Com uma equipe especializada de dermatologistas, ginecologistas, anestesistas, nutrólogos e outros profissionais, oferece tratamentos inovadores e seguros no tratamento da saúde de homens e mulheres. A Clínica com mais de 20 tecnologias de última geração para tratar as diversas condições apresentadas na Pele, Pelos, Mucosas e Cabelos, além de tratar também a saúde íntima da mulher promovendo mais saúde, beleza e qualidade de vida. Em Manaus, está localizada no Shopping Millenium, entrada da Torre Médica (Piso G1).
» CONTATO PARA A IMPRENSA: Náis Campos (92 98839-6649).