O mercado de trabalho nos Estados Unidos oferece diversas opções de vistos, cada um com requisitos específicos que se adequam a diferentes perfis profissionais. Dentre os vistos mais procurados por profissionais estrangeiros, o O-1, o EB-3 e o E-2 se destacam, cada um com vantagens e caminhos próprios para quem deseja construir uma carreira nos EUA. Entender as diferenças entre essas categorias é essencial para escolher o melhor caminho, considerando os objetivos profissionais e de imigração.
O-1: Visto para indivíduos com habilidades extraordinárias
De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, o visto O-1 é destinado a profissionais que possuem habilidades extraordinárias em áreas como ciências, artes, educação, negócios ou esportes. “Para se qualificar, é necessário que o candidato demonstre um histórico de realizações reconhecidas internacionalmente. Diferente de outras categorias, o O-1 não tem limite anual de emissão, o que oferece mais flexibilidade em relação ao tempo de aprovação”, revela.
Um dos grandes atrativos do O-1 é a possibilidade de renovação contínua, enquanto o profissional mantiver suas realizações e vínculos com o empregador. Além disso, o O-1 possui dual intent, o que significa que, mesmo sendo um visto temporário, é possível aplicar para um Green Card, utilizando-se de outro visto, sem comprometer o status de não-imigrante durante o processo.
EB-3: Visto de imigrante para trabalhadores qualificados e não qualificados
O visto EB-3, por sua vez, é uma das principais opções para quem deseja não apenas trabalhar nos EUA, mas também obter residência permanente. “Voltado para profissionais com formação superior, trabalhadores qualificados com ao menos dois anos de experiência e até mesmo trabalhadores sem qualificação específica, o EB-3 oferece um caminho direto para o Green Card”, declara Toledo.
O processo para o EB-3, no entanto, pode ser mais demorado devido à necessidade de aprovação do PERM, uma certificação do Departamento de Trabalho que garante que não há americanos qualificados para preencher a vaga ofertada. Além disso, essa categoria está sujeita a um limite anual, o que pode gerar longas filas de espera dependendo da nacionalidade do solicitante.
E-2: Visto para investidores de países com tratado
O especialista revela que o visto E-2 é voltado para cidadãos de países que mantêm tratados de comércio com os Estados Unidos, incluindo nações como Japão, Alemanha, Itália e Portugal. “Essa categoria permite que empreendedores e investidores estabeleçam e gerenciem negócios nos EUA, desde que façam um investimento substancial em uma empresa legítima e em funcionamento”, pontua.
Embora não ofereça um caminho direto para o Green Card, o E-2 pode ser renovado indefinidamente, enquanto o negócio continuar operando de forma lucrativa. Um dos benefícios do E-2 é que o cônjuge do investidor pode solicitar autorização de trabalho nos EUA, facilitando a transição familiar para o novo país.
Qual é a melhor escolha?
A decisão entre o O-1, o EB-3 e o E-2 depende dos objetivos e qualificações de cada candidato. O O-1 é ideal para profissionais que possuem um histórico de realizações excepcionais e querem flexibilidade com a possibilidade de renovar o visto. O EB-3 é mais indicado para aqueles que buscam a residência permanente por meio de uma oferta de emprego nos EUA, enquanto o E-2 é uma excelente opção para investidores que desejam empreender e não precisam de um caminho imediato para o Green Card.
Toledo reforça que cada visto possui suas particularidades e, por isso, é essencial contar com a orientação de especialistas para fazer a escolha mais adequada, considerando as metas profissionais e de imigração. “Seja para quem quer um caminho mais rápido para o Green Card ou apenas uma oportunidade temporária de trabalho, é fundamental avaliar cada opção com cuidado”, finaliza.