O Carnaval é um período que vai muito além de festa e folia. Em Manaus, representa também trabalho, renda e sustento para mais de 20 mil fazedores de cultura, dentre eles, em média, 10 mil artesãos envolvidos no preparo de alegorias e fantasias. O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, impulsiona o desenvolvimento econômico dos trabalhadores culturais nas comunidades com os recursos destinados às escolas de samba.
Nos barracões das agremiações, trabalham diversos profissionais, de corte e costura, artesanato, produtores de adereços entre outros. A maioria vive e constituiu família na comunidade de origem da escola de samba.
O secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz, assinala que festividades como o Carnaval garantem a movimentação da economia criativa e alcançam produtores culturais dentro das comunidades.
“Investir no Carnaval oportuniza inúmeros empreendedores, artistas locais e artesãos, que contam com esse período para aumentar a renda. Neste ano, a festa vai gerar mais de 20 mil postos de trabalho, o que, além de envolver toda a comunidade, reforça a identidade da cultura amazonense em uma das principais festas do estado”, afirma o secretário.
A costureira Raimunda Pantoja, de 54 anos, atua na escola de samba Mocidade Independente de Aparecida e conta que já trabalhou em diversas agremiações ao longo dos anos. Para ela, o Carnaval representa uma paixão que vem de família e a principal fonte de renda.
“Trabalhar no Carnaval é uma grande fonte de renda, realmente uma ajuda financeira. Nessa época conseguimos manter as despesas do ano, consigo envolver outras pessoas no processo de produção, e elas lucram com isso também”, comenta Raimunda.
“Nós vivemos nesse meio de coração aberto e tenho muito orgulho do que eu faço. Minha vida inteira é baseada no Carnaval, na folia. Hoje, a minha família está toda envolvida com festivais na capital e interior”, acrescenta a costureira.
Amor e ofício
A artesã Lúcia do Carmo, 53, enfatiza que o trabalho artesanal, durante o Carnaval, garante ganho financeiro e, além disso, representa bem-estar e amor.
“Eu trabalho por amor à escola e também porque preciso, representa um ganho financeiro. Esse trabalho para mim é uma terapia, me anima, ocupa meu tempo e tira o estresse do dia a dia. Eu gosto de coração de trabalhar com fantasia de Carnaval”, diz a artesã, que trabalha há 15 anos na escola Reino Unido da Liberdade.
A data também reforça o orçamento do artista Pedro Batista, 53, que trabalha há 14 anos com produções culturais e artesanato.
“O Carnaval gera emprego e renda para quem trabalha com artesanato. É uma data que aguardamos ansiosos e, com certeza, aumenta nossa renda”, diz o artista.
FOTOS: Arthur Castro/Secom