Como as 27 anteriores que só apresentaram diagnósticos fantasiosos e metas ambiciosas, mas nunca soluções ou a implementação de prometido fundo de compensações, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) avaliou hoje que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 30 daqui a dois anos em Belém (PA), será mais um teatro de ricaços cujos países são os primeiros a descumprir a metas que impõem a Amazônia.
Ele discursou dizendo que todos os que acompanham as COPs sabem não só da superficialidade das discussões como da falta de resultados práticos desses eventos. Descrente nos resultados, prevê que, mesmo realizada na Amazônia, nada trará nada de concreto para a nossa floresta. Traduzindo, a COP 30, assim como as anteriores, de nada servirá para os povos da Amazônia além de críticas e cobranças.
“São verdadeiros encontros de ricaços que acham que podem ditar normas e delegar obrigações. Infelizmente, a superficialidade e a hipocrisia não se limitam a questões estéticas e a essas reuniões festivas, mas se estendem ao mais importante, que é o resultado concreto das conferências. Depois de promover essa peça teatral, cada um vai pegar o seu jato de volta ao seu país, ao conforto dos seus lares”, salientou Plínio.
Plínio lembrou que, como a última COP no Egito, o resultado das 27 anteriores são as mesmas repetições, apontando os mesmos problemas e as mesmas promessas de que vão criar um fundo para cuidar da Amazônia, de que vão dar dinheiro para o Brasil cuidar da Amazônia. Mas a realidade mostra que é pura balela, pura hipocrisia.
“Quando esse pessoal sair daqui, depois de ditar normas, depois de nos impor obrigações, depois de nos impingir a mácula de que nós somos os grandes vilões, eles vão dizer o que nós devemos fazer, vão sugerir coisas impossíveis, vão nos impingir a responsabilidade de cuidar do patrimônio, mas não vão apresentar soluções”, disse Plínio.
O senador amazonense reconhece que é extremamente positivo que se conheça cada vez mais a verdadeira Amazônia, o grande patrimônio do País. Mas não conhece a Amazônia o visitante que fotografa pirarucus, macacos e jaguatiricas, além de pessoas em trajes típicos, mas não percorre a floresta viva, não sobrevoa a imensidão da mata, não constata aquilo que está preservado e, em especial, não trava conhecimento dos moradores autênticos da terra.
“Mais uma vez fica aqui o protesto de uma amazônida que não participa, que se recusa de ser fantoche, menino de recado, plateia para aplaudir essas COPs que nada de concreto trazem para nós. E essa, como as outras, não vai trazer, é tudo teatro”, concluiu Plínio.