Brasília – A Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira (19), em uma votação apertada, o projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil, legaliza o jogo do bicho e permite apostas em corridas de cavalos. Foram 14 votos favoráveis contra 12 contrários, incluindo o do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que é contrário à iniciativa por considerar que ela trará muitos prejuízos às famílias e nenhum retorno para a Amazônia.
“Como jornalista, acompanhei de perto os dramas sociais que resultam desse tipo de atividade. A promessa de que os cassinos irão gerar turismo e arrecadação no Amazonas é ilusória. Se fosse verdade, nossos recursos naturais já atraíram turistas em massa. A realidade é que o dinheiro gasto em apostas é o mesmo que deveria ser usado para comprar pão, remédios e outras necessidades básicas, mas que o vício acaba desviando para outros caminhos”, afirmou o senador amazonense.
Ainda segundo o parlamentar, o voto contra representa uma vontade da população amazonense: “Estamos aqui no Senado como representantes do povo, eleitos por meio de campanhas em que ouvimos e dialogamos com nossos eleitores. Durante a minha campanha, frequentemente fui questionado sobre temas como aborto, legalização de drogas e, também, sobre jogos de azar. Esse projeto inclui jogos, apostas e outras atividades que considero prejudiciais”, disse Plínio Valério.
O projeto, aprovado na CCJ, segue agora para votação em Plenário, com o voto de todos os 81 senadores, onde o voto do senador Plínio Valério permanecerá contrário. O senador argumenta ainda que a iniciativa poderá incentivar o vício em jogos e crimes como lavagem de dinheiro. “Minha principal preocupação é com as famílias, os desempregados, os trabalhadores e os mais pobres. Meu voto foi contrário porque estou honrando a vontade dos meus eleitores. Entre quase um milhão de votos que recebi, muitos são contra a legalização dos jogos de azar”, completou.