No primeiro dia da volta do recesso legislativo, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) protocolou na Mesa do Senado projeto de sua autoria que veta recursos de estatais brasileiras para financiar obras no exterior. Ao invés de coletar assinaturas para desarquivar projeto do mesmo teor que teria que começar da estaca zero por ser nova legislatura, Plínio resolveu apresentar novo projeto já aprimorado com as modificações feitas ano passado ao projeto do ex-senador Reguffe e aprovadas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) .
Pelo novo projeto de Plínio, que terá uma tramitação mais rápida, o BNDES fica proibido de financiar ,conceder crédito ou prorrogar a validade de operações já contratadas com governos estrangeiros, suas empresas ou outros órgãos e entidades da administração direta ou indireta. A única exceção é o financiamento da exportação de bens e serviços produzidos no Brasil.
A ideia é tentar barrar decisão já anunciada pelo presidente Lula e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de sangrar os cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em R$3.65 bilhões para financiar construção de um gasoduto na Argentina. Plínio diz que a avidez com que chefes de países amigos do petista estão correndo aos cofres brasileiros é a crônica do calote anunciado.
Beneficiados nos governos de Lula e Dilma, Venezuela e Cuba devem cerca de R$2.7 bilhões ao Brasil . Cuba ofereceu charutos para pagar sua dívida junto ao BNDES. Uma das obras foi o Porto de Mariel. Outros países , como Honduras, também estão na fila para pedir ajuda para obras junto ao BNDES.
“A aplicação de recursos públicos dos contribuintes brasileiros no exterior, com os problemas no Brasil para serem resolvidos, é inaceitável e absolutamente revoltante”, protesta Plínio.
Enquanto o BNDES volta a abrir o caixa para países amigos e Haddad acena com a criação de mais impostos, a carga tributária do Brasil já ultrapassa 33.9% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, mais de um terço de toda a riqueza nacional sãos recolhidos aos cofres públicos. E o brasileiro médio teve que trabalhar cerca de cinco meses para pagar seus impostos.
“Diante desse quadro de espoliação dos trabalhadores brasileiros com altas taxas de impostos, assistimos o BNDES , agora dirigido pelo senhor Aloysio Mercadante, destinar bilhões de Reais para financiar governos estrangeiros e projetos em outros países”, justificou Plínio.