Brasília – A primeira etapa de investigação do Senado na CPI das ONGs foi concluída nesta terça-feira (15). A mesma ouviu indígenas de diferentes etnias, líderes comunitários e ribeirinhos, além de produtores rurais e políticos que apoiam a causa indígena.
O senador explica como foi conduzida esta etapa e como será a nova etapa que começará na próxima semana, escutando as ONGs denunciadas pelos indígenas.
“Na próxima semana vamos ouvir as ONGs, estas que estão sendo acusadas e indicadas de causar problemas para gente. Agora sim a CPI está em outro ritmo, a primeira etapa já foi dada, para que o Brasil conhecesse o outro lado dos indígenas, aquele lado que as ONGs não revelam e que a narrativa não chega (…) as ONGs que promovem estudos para isolar cada vez mais as comunidades indígenas e convencem a Funai a pedir (novas) a demarcação (de terras). E deixam estes povos isolados e abandonam. Em nome dos isolados e abandonados que estamos fazendo essa CPI”, concluiu
Na última reunião da primeira etapa, o ex-ministro do Meio Ambiente, deputado e presidente da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP) disse haver envolvimento muito intenso de diregentes de ONGs nacionais e estrangeiras com autoridades do Governo na área do meio ambiente e cobra informações de Ministérios sobre repasses a essas organizações.
Em depoimento hoje á CPI das ONGs do Senado, Salles, disse que há no Brasil uma ciranda na área do meio ambiente, com a participação de cerca de 40 figuras públicas conhecidas, que se revezam em cargos públicos ora como ministro, secretário, secretário de Estado, secretários municipais , ora em ONGs, na academia para produzir estudos encomendados e, mais recentemente, com interseção no setor privado, “um assinando cheque para o outro”.
Nesse conluio esses personagens que se revezam nesses cargos, se retroalimentam, um dando dinheiro para o outro em nome de proteger a floresta e os índios. Como na maioria dos depoimentos até agora, o ex-ministro citou como figuras mais importantes dessa ciranda os dirigentes do Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto Chico Mendes (ICMbio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
“As ONGs, sobretudo as ligadas aos indígenas, o ISA, a Apib, o que eles fazem? Usam o indígena, usam. O indígena é um pretexto para eles ganharem dinheiro e poder político. Usam as pessoas, usam a miséria alheia, usam a ignorância dessas pessoas para manipular”, disse Salles, completando: ” Quanto mais barulho fazem, mais dinheiro, grana!”
Por isso ele sugeriu à CPI que, em seu relatório , apresente projetos de lei para os tribunais de contas possam entrar na contabilidade de todo dinheiro que entra nas ONGs , e que oficie principalmente ministérios do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Agricultura, para que informem repasses a ONGs geralmente para realização de seminários, contratação de consultorias , estudos com resultados encomendados para subsidiar ações do governo.
“Uma das ONGs que mais financiou inclusive jornalistas a participarem de seminários internacionais, cobertura de COP, cobertura de determinado evento, ou seja, financiaram esse movimento todo, foi uma entidade chamada Instituto Clima e Sociedade (ICS) . Quem era a grande articuladora e financiadora do iCS? Uma senhora que hoje está no Ministério da Marina, como Secretária nacional do Clima, Ana Toni”, disse Salles.