O caso envolvendo o prefeito de Manaus, David Almeida, como vítima de fake news com uso de Inteligência Artificial (IA), conhecida como deepfake, foi manchete do Jornal O Globo na edição deste domingo, 14/1.
Oficialmente, o episódio foi o primeiro registrado contra um governante no país, nas vésperas de um processo eleitoral. Esse é um dos crimes da era digital com uso das mais novas tecnologias, que manipulam a realidade, e que está sendo investigado pela Polícia Federal do Amazonas.
Em reportagem especial, o periódico nacional destaca que a temporada de notícias falsas em ano eleitoral já começou, mas com uma modalidade de conteúdo ainda mais difícil de ser identificada. Foram citados três casos de fake news envolvendo políticos, com destaque ao prefeito da capital amazonense.
Por intermédio de áudio contendo informações caluniosas, a deepfake contra David Almeida foi disparada virtualmente, em grupos de WhatsApp, no último mês de dezembro, com montagens e simulações de ataques aos profissionais da educação. O caso foi imediatamente denunciado pelo prefeito à PF, que conduz as investigações.
“Esse caso é uma tentativa de retaliação da oposição na cidade e que visa o processo eleitoral deste ano. Não existe anonimato na internet e quem produz e distribui fake news pode ser responsabilizado. Esse caso deve servir de parâmetro para o restante do Brasil. O áudio é falso e tem o objetivo de criar indisposição com a categoria (dos professores), pela qual tenho muito respeito e admiração, em ano eleitoral”, afirmou David Almeida ao jornal O Globo.
De acordo com as investigações iniciais realizadas pela perícia da Polícia Federal, foi constatado que o áudio se trata de uma montagem, com possíveis recursos de Inteligência Artificial, contendo fragmentos de outros tipos de áudios, além de manipulações no conteúdo.
Desde que o inquérito foi instaurado, no último dia 22 de dezembro, suspeitos já foram ouvidos.
O superintendente da PF no Amazonas, Umberto Ramos, afirmou que a investigação identificará e punirá todos os envolvidos no crime.
Sobre a deepfake
Técnica utilizada para criar e adulterar sons e vídeos, a deepfake simula tons, timbres e até formas de falar das pessoas. Tudo recriado virtualmente, com o uso da IA. Assim, as montagens ficam bem mais realistas, com pessoas falando e realizando situações que nunca fizeram de verdade.
Por Cristiane Silveira / Semcom
Foto: Divulgação / Semcom